O evento será promovido pela LAMEL, tendo como público alvo os profissionais das Estratégias de Saúde da Família (ESF) de Teófilo Otoni/MG. O objetivo é apresentar os caminhos que devem ser seguidos em casos de violência contra a mulher e intensificar a relação entre instituição de ensino e profissionais da saúde. Tal evento justifica-se pela importância que as ESF possuem para a identificação, acolhimento, atendimento, notificação, cuidados e proteção de pessoas em situação de violência.

Violência contra a Mulher; Conscientização;

O evento “Agosto Lilás - Prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher” é direcionada ao enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher e foi instituída com objetivo de ampliar a divulgação e conscientizar a população sobre a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, também conhecida como Lei Maria da Penha. Além disso, objetiva o fim da violência contra a mulher e a divulgação dos serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes. A violência contra a mulher é múltipla e complexa. A violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher. A violência psicológica é qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima ou vise degradar ou controlar suas ações ou comportamentos. A violência sexual trata-se de qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada. A violência patrimonial inclui condutas que configure retenção, destruição de seus pertences, sejam objetos, recursos econômicos ou documentos. Por fim, a violência moral é qualquer conduta que configure calunia, difamação ou injuria à mulher.

Sabe-se que a violência doméstica tem repercussões importantes sobre a saúde e qualidade de vida dessas mulheres, sendo que a violência conjugal e o estupro tem sido associados à maiores índices de suicídio, abuso de álcool e drogas, queixas vagas, cefaléia, distúrbios gastrointestinais e sofrimento psíquico em geral, além de doenças sexualmente transmissíveis, AIDS e gravidez indesejada. Estudos concluíram que a Estratégia de Saúde da Família constitui-se em um espaço privilegiado do SUS para a identificação, acolhimento, atendimento, notificação, cuidados e proteção de pessoas em situação de violência. É válido ressaltar ainda que, na atenção primária, a identificação da violência doméstica ocorre por meio da comunicação com outras instituições, denúncia de vizinhos aos agentes comunitários e visitas domiciliares realizadas pela equipe. Entretanto, muitos profissionais acreditam que a violência doméstica é um problema pessoal e privado e, por isso, eles não têm o direito de intrometer-se nesse tipo de assunto. Logo, tal projeto justifica-se ao conscientizar os profissionais de saúde que a violência doméstica é um problema de saúde pública e orientar quanto aos procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de violência contra a mulher.

1) Promover a aprendizagem acerca dos tipos de violência contra a mulher e seus respectivos sinais. 2) Aprimorar ações relacionadas à prevenção à violência contra a mulher. 3) Apresentar a importância do enfrentamento à violência contra a mulher, os procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de violência e o fluxograma de atendimento em unidades básicas de saúde às mulheres vítimas de violência. 4) Instruir quanto ao preenchimento da ficha de notificação. 5) Ampliar a relação da interação da FAMMUC com a comunidade externa à universidade, por meio das ESFs.

Realização de quatro encontros de organização entre os membros da equipe. Realização de dois encontros para elaboração de folders de divulgação e elaboração de material de apoio que será disponibilizado aos participantes para leitura. Realização de dois encontros para divulgação nas ESFs. Realização de quatro palestras ministradas por ligantes, acerca dos procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de violência contra a mulher, do fluxograma de atendimento em unidades básicas de saúde, às mulheres vítimas de violência e sobre o preenchimento da ficha de notificação. Análise das respostas dos participantes sobre satisfação com o evento.

Serão utilizados os aparatos tecnológicos de informação e comunicação para elaboração dos folders de divulgação e material de apoio para o público alvo, que será disponibilizados nas ESFS. Com relação às reuniões de planejamento da equipe de organização, serão realizadas quatro reuniões por meio da plataforma Google Meet, para o planejamento e execução das ações envolvidas no evento. Os diálogos com as ESF serão feitos de forma presencial em seus respectivos endereços. O evento ocorrerá presencialmente nas ESFs, em dia e horário acordado com a equipe. Os membros participantes do projeto irão promover um ambiente de conversa junto aos agentes de saúde das unidades, no qual será abordado os procedimentos que devem ser adotados em caso de suspeita de violência contra a mulher, o fluxograma de atendimento à mulher no âmbito das unidades básicas de saúde e o preenchimento da ficha de notificação. As agentes de saúde serão ouvidas sobre os principais desafios no enfrentamento da violência na atenção primaria e terão suas duvidas coletadas e respondidas pelos membros da equipe. Esse momento será avaliado tanto pelo público participante quanto pelos membros da organização, por meio da disponibilização de um formulário após as rodas de conversas. Ao final, será realizado um levantamento sobre a satisfação dos envolvidos no evento.

Governo do estado de São Paulo. Agosto Lilás: saiba identificar os tipos de violência contra a mulher. Publicado em 26/08/2021. Disponível em:< https://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/agosto-lilas-saiba-identificar-os-tipos-de-violencia-contra-a-mulher/>. Schraiber, Lilia Blima et al. Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde. Revista de Saúde Pública [online]. 2002, v. 36, n. 4 [Acessado 13 Junho 2022] , pp. 470-477. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000400013>. HOLANDA, V.R. de; HOLDANDA, E.R. de; SOUZA, M.A. O enfrentamento da violência na estratégia saúde da família: uma proposta de intervenção. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 14, n. 1, p: 209-217, 2013. Brasil. Secretaria de estado de saúde do Distrito Federal. MANUAL PARA ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NA REDE DE SAÚDE PÚBLICA DO DF. Distrito Federal. 2009.

Por meio de metodologias participativas, o evento pretende colaborar para a atuação dos profissionais de saúde, a fim de ampliar o debate voltado para a violência contra a mulher. Dessa forma, objetiva-se promover uma intrínseca relação entre a comunidade acadêmica e a sociedade, provendo a troca de conhecimento entre ambos os atores sociais, caracterizando o evento como extensão.

Por meio de metodologias participativas a fim de ampliar o debate voltado para a temática de violência contra a mulher, a campanha “Agosto Lilás - Prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher” pretende colaborar para formação dos estudantes envolvidos, bem como expandir os conhecimentos dos profissionais atuantes nas ESFs de Teófilo Otoni-MG e de tal modo, contribuir para o bem-estar da população assistida, partindo do princípio que é fundamental que os projetos de extensão tenham essa intrínseca relação entre a comunidade acadêmica e a população do município, promovendo assim a troca de conhecimento entre ambos os atores sociais.

O evento em questão é um evento de extensão porque ultrapassa os limites da universidade e pretende levar maiores conhecimentos não somente para os acadêmicos, mas também para os profissionais da saúde e comunidade. Paralelamente, o evento não deixa de cumprir seu papel de ensino e pesquisa, uma vez que visa atingir a comunidade acadêmica da FAMMUC para trazer esse tema que foge da grade curricular prevista no curso de graduação. Será realizado, também, a confecção de um material a ser disponibilizado para as ESF sobre a conscientização dos temas abordados. Ademais, esse evento comunica-se com a pesquisa, pois pode despertar o interesse de estudantes em desenvolver pesquisas e levantamentos acerca dos índices de violência contra a mulher nas regiões de Teófilo Otoni.

O estudante irá adquirir maiores conhecimentos sobre os tipos existentes de violência contra a mulher, o fluxograma de atendimento as vítimas nas unidades de saúde e o preenchimento da ficha de notificação, o que se faz muito notório pela importância de um manejo correto às vítimas fragilizadas. Além disso, esse futuro profissional poderá compreender as repercussões que o processo de violência gera na saúde física, psíquica e social da vítima.

A proposta do evento impacta e fomenta a transformação social na medida em que promove uma análise crítica sobre os campos de atuação, incluindo exames minuciosos para coleta de evidências, detecção e tratamento de lesões e traumas em vítimas de abuso físico, emocional ou sexual, estupro ou morte e apoio emocional às vítimas e familiares. Examinar, reconhecer, coletar e preservar são fatores essenciais medicina legal, assim como educar a população contra a violência interpessoal.

A divulgação do evento será feita predominantemente por meio de folders de divulgação enviados para as ESFs, convidando todos a participarem. Além disso, serão realizadas postagens por meio das contas da LAMEL no instagram, que serão também disponibilizadas aos responsáveis pelas unidades de saúde, para que sejam enviados nos grupos de funcionários.

No instagram serão feitas publicações de apresentação das datas, público alvo, programação e temas. Um convite será enviado por e-mail ou WhatsApp aos profissionais responsáveis pelas ESFs. Os alunos envolvidos irão realizar o convite pessoalmente nas unidades de saúde.