Detalhes da ação

OLHARES DE LORI FIGUEIRÓ – “Desde o Chão do Jequitinhonha”

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203000224

Tipo da Ação

Evento

Situação

RECOMENDADA :
CONCLUÍDA - ARQUIVADA

Data Inicio

05/09/2022

Data Fim

28/10/2022


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

elizabeth aparecida duque seabra

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Humanas

Área Temática Principal

Cultura

Área Temática Secundária

Educação

Linha de Extensão

Patrimônio cultural, histórico, natural e imaterial

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Dentro do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Não

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 320 h
Tipo de Membro Externo
Carga Horária 320 h
Resumo

A ação de extensão “OLHARES DE LORI FIGUEIRÓ – “Desde o Chão do Jequitinhonha” promove o reconhecimento da pluralidade de histórias, trajetórias, saberes e modos de vida do Vale do Jequitinhonha expondo o trabalho desenvolvido pelo fotógrafo diamantinense Lori Figueiró, na Ágora Centro de Humanidades FIH que possibilita outras formas de ver e compreender o chamado Nordeste mineiro.


Palavras-chave

Fotografia; Vale do Jequitinhonha; Lori Figueiró


Introdução

A exposição do fotógrafo e colecionador Lori Figueiró apresenta à comunidade de Diamantina e ao público discente, docente e técnico administrativo da UFVJM, aos professores e professoras da Educação Básica e aos estudantes das escolas públicas e particulares de Diamantina e região, seu mais recente trabalho. A mostra composta de 43 telas sintetiza em imagens e objetos o Vale do Jequitinhonha por meio de pessoas e suas histórias. Ação de extensão é realizado pelo Laboratório de Pesquisas e Fazeres Históricos nos Vales (Laborales), vinculado Curso de Licenciatura em História, por meio do projeto História das Gerais: olhares para além das Minas, apoiado pelo Programa de Apoio ao Ensino de Graduação (Proae) da UFVJM e pela Faculdade Interdisciplinar em Humanidades - FIH e busca discutir os entrelaçamentos entre as diferentes narrativas históricas e os patrimônios culturais em Minas Gerais criando identidades em cenários que se alteram num jogo de escalas, conforme demandas advindas tanto da esfera nacional quanto das particularidades regionais.


Justificativa

Espera-se que esta ação de extensão contribua para a consolidação e construção da identidade do curso de História, localizado em Diamantina, cidade com suas particularidades e complexidades, mas ainda com poucas reflexões sobre a complexidade do território do Vale do Jequitinhonha. Além disso, em conformidade com o previsto pelo projeto que orienta as ações do LABORALES, objetiva-se contribuir com a formação discente, possibilitando, desta forma, o contato com fontes históricas visuais e materiais. Da mesma maneira, pretende-se que esta ação de extensão possa se configurar como espaço de divulgação e circulação de saberes históricos produzidos em atividades de extensão dos docentes e discentes do curso de História da UFVJM. A exposição está direcionada, e pretende alcançar, um público de visitantes amplo e diversificado da comunidade externa à universidade. A divulgação e direcionamento da ação está focada na formação e consolidação de uma demanda por visitas e exposições existente entre estudantes e docentes da educação básica das redes municipal, estadual e particular, do Colégio Militar, do Instituto Federal do Norte de Minas, da Universidade Estadual de Minas Gerais, visitantes e turistas são considerados o público alvo e serão mobilizados pela divulgação em redes sociais e cartazes impressos espalhados junto ao comércio e pontos de ampla circulação em Diamantina. Após as visitas serão realizados estudos de avaliação e recepção de modo a recensear as representações, motivações e expectativas da experiência de visita entre os diferentes públicos da comunidade externa.


Objetivos

Os objetivos desse projeto de extensão podem ser agrupados em quatro momentos formativos que visam: 1- Interação da comunidade universitária com a comunidade externa de modo a contribuir para a formação dos discentes envolvidos na ação e com transformação social junto à comunidade externa por meio da apresentação e recepção da obra de Lori Figueiró. 2- Compreender o processo de concepção e montagem da exposição elaborando um planejamento estratégico que considere os aspectos da formação da equipe por meio de oficinas, estudos, registros e divulgação; 3- Construção da expografia e acompanhamento das visitas durante o período de realização da mostra; 4- Avaliação das etapas da mostra e dos processos formativos de modo a desencadear ações e reflexões nas disciplinas de Laboratório em Ensino de História e Estágio Supervisionado e o ensino de História Regional e Local, tendo como foco as narrativas históricas circulantes sobre as Minas Gerais e sobre o Vale do Jequitinhonha;


Metas

- Mediar a visitação da exposição durante o período de realização da mostra. - Realizar oficinas educativas voltadas para a aprendizagem histórica através das representações nas fotografias, com o intuito de possibilitar a compreensão das heterogeneidades do território mineiro, considerando classes sociais, saberes tradicionais, influências culturais de diversas matizes, e, particularmente, a ruptura com os padrões de representação sobre a História de Minas Gerais cristalizados nas narrativas da historiografia didática regional. - Aplicar instrumentos de avaliação/pesquisa de público.


Metodologia

A orientação metodológica para proposição da exposição de Lori Figueiró retoma pressupostos metodológicos expressos no Projeto dos História das Gerais: olhares para além das Minas e alinha-se à perspectiva dos jogos de escalas, uma apropriação feita pelo historiador francês Jacques Revel (1998) como fundamentação teórica e metodológica das pesquisas em Microanálise, pressupondo que a escolha de uma escala particular de observação produz efeitos de conhecimento, e pode ser posta a serviço de estratégias de conhecimentos. Variar a objetiva não significa apenas aumentar (ou diminuir) o tamanho do objeto no visor, significa modificar sua forma e sua trama [...]. A escolha dos jogos de escalas como referencial teórico-metodológico implica reconhecer as dimensões variadas que compõem as narrativas históricas em seu exercício de definição de espaços e identidades. Assim, para serem compreendidas, precisam ser visualizadas em sua singularidade e analisadas em suas interconexões, ou seja, considerando-se seu tempo de elaboração, sua natureza, sua finalidade, as formas de circulação, os sujeitos envolvidos, dentre outras. Pensar as narrativas da História regional/local sobre Minas Gerais na perspectiva dos jogos de escalas é reconhecer que, na elaboração de sentidos históricos e identitários, há diferentes dimensões em disputa como, por exemplo, o paradigma de escrita de uma História nacional a serviço de uma identidade nacional e as experiências socio-históricas que se desenrolam na esfera do regional como substrato particular dessas narrativas. Paul Ricouer (2008, p.221) também se debruça sobre a questão das variações de escalas de análise, destacando que “não são os mesmos encadeamentos que são visíveis quando mudamos de escalas, mas conexões que passaram despercebidas na escala macro-histórica”. A aposta então é que variar as escalas, considerando o jogo estabelecido entre elas, pode possibilitar a identificação de modelos de interpretação que circulam e reforçam compreensões cristalizadas sobre as Minas Gerais, seus territórios, suas gentes e suas histórias. O conceito de modelos de interpretação também é apropriado ao trabalho de pesquisa e ensino propostos no projeto e na ação de extensão. Esses modelos orientam formas coletivas de organização e partilha do social (SCHETSCHE, SCHIMIED-KNITTEL, 2013; WOLLERSHEIM et al., 2002). Nessa perspectiva, a ideia de modelos de interpretação possibilita problematizar como determinadas representações, sejam elas imagéticas ou narrativas, tornam-se canônicas na composição narrativa dos diferentes estados brasileiros, corroborando processos de identificação que se vinculam aos territórios regionais e que ditam, assim, uma determinada identidade do coletivo que ali habita. Nessa perspectiva, modelos de interpretação circulam e são partilhados na sociedade com o objetivo de estabelecer consenso e coesão entre as relações individuais e sociais no coletivo. (WOLLERSHEIM; MODEROW; FRIEDRICH, 2002, p. 7). Há, nesse quesito, ideias que resistem com força no senso comum, que se assentam e são legitimadas por modelos de interpretação. Afinal, o saber histórico partilhado nas relações sociais circula também por meios não acadêmicos, no âmbito da chamada História Pública (ALMEIDA; ROVAI, 2011), e configura uma forma legítima de saber e posicionamento sobre o passado. E são dessas partilhas disparadas pela televisão, pelo cinema, por músicas, telejornais, espaços de educação patrimonial, espaços de patrimônio, culturas hip hop, stand ups, e mais uma infinidade de redes de troca, mais o ensino de História no espaço escolar, que consolidamos formas de “ver o outro” em suas diferentes regionalidades. Essas representações que vinculam uma região à ideia que se faz sobre ela circulam por diferentes saberes históricos partilhados em sociedade. Representações que não se encontram engessadas pelo saber histórico escolar, tampouco pelas narrativas dos livros didáticos. Mesmo porque a História, e as representações sobre ela, não são monopólio de historiadores/as em seus diferentes campos de atuação (BAUER; NICOLAZZI, 2016). Há aqui um movimento que é de trocas, sendo difícil localizar seu início, ou mesmo suas origens. Mas há como problematizar seus reflexos. Os pressupostos metodológicos que orientam essa ação de extensão assentam-se nas reflexões acima expostas e orientam nosso olhar investigativo na perspectiva dos jogos de escalas para os modelos de interpretação sobre a História das Minas Gerais e suas gentes, particularmente as que ocupam e definem as territorialidades dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A partir de estratégias como: levantamento bibliográfico e de produções audiovisuais; análise de materiais didáticos de diferentes temporalidades; seminários, debates e reflexões teóricas; mapeamento sobre a história e o patrimônio cultural local; elaboração e desenvolvimento de oficinas para o Ensino Médio; avaliações processuais; dentre outros, pretende-se variar as escalas, identificar e ressignificar esses modelos de interpretação, expandido seus sentidos a partir de outras narrativas elaboradas de maneira partilhada entre os diferentes sujeitos envolvidos nesta pesquisa e ação de extensão. A exposição OLHARES DE LORI FIGUEIRÓ – “Desde o Chão do Jequitinhonha” é entendida como parte destas reflexões e proposta como uma prática socialmente legítima e uma competência estética estruturada ligada ao projeto de pesquisa em andamento. A proposta envolve a formação efetiva de um público de exposições composto pela comunidade universitária e pela comunidade externa. A exposição cria uma oferta de formação cultural de arte. Sediada na Biblioteca da UFVJM, a exposição oferece condições efetivas, via o uso do transporte público e particular, de acesso e conhecimento de estudantes e docentes da cidade de Diamantina ao campus JK e a uma produção cultural altamente qualificada. Tomando como referência metodológica o “jogo de escalas” proposto por Jacques Revel (1998) como sistemática de acompanhamento e avaliação serão utilizados dois indicadores. Um primeiro é o livro de registro de visitantes capaz de indicar alguns dados como o local de procedência e a profissão do visitante e um segundo indicador composto por um inquérito estatístico (formulário google docs) aplicado aos visitantes de modo a produzir um “retrato cultural” do público efetivo. As diárias e o transporte serão custeados pela UO da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades- FIH.


Referências Bibliográficas

ALEIXO, ADRI; FIGUEIRÓ, Lori. Das muitas formas de dizer o tempo. Belo Horizonte: Ramalhete. 2019. CURY, Marília Xavier. Exposição: concepção, montagem e avaliação. São Paulo: Annablume, 2005. FIGUEIRÓ, Lori. Reflexos ao calor do Vale. Belo Horizonte: Gaia Cultural, 2014. FIGUEIRÓ, Lori. Mulheres do Vale: substantivo feminino. Belo Horizonte: Gaia Cultural, 2014. FIGUEIRÓ, Lori. Sacralização do cotidiano. Belo Horizonte: Ramalhete, 2020.IGUEIRÓ, Lori. Afloramentos. Belo Horizonte: Ramalhete, 2018. FIGUEIRÓ, Lori. Salve Maria! Os tambores do Rosário. Belo Horizonte: Ramalhete, 2018. FIGUEIRÓ, Lori. O espelho das lembranças: memórias do Vale. Belo Horizonte: Gaia Cultural, 2016. FIGUEIRÓ, Lori. Sementes da terra maturada. Belo Horizonte: Ramalhete, 2017. FIGUEIRÓ, Lori. Acender o barro. Belo Horizonte: Ramalhete, 2018. FIGUEIRÓ, Lori. Sacralização do cotidiano. Belo Horizonte: Ramalhete, 2020.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

A ação de extensão “Olhares de Lori Figueiró: desde o chão do Jequitinhonha” permite à UFVJM dialogar com a comunidade acadêmica e com a sociedade de modo a se legitimar em relação à inserção no contexto social, político e econômico nos vales cumprindo assim sua função social. O Vale do Jequitinhonha, dividido em Alto, Médio e Baixo, abriga uma população de aproximadamente 940 mil habitantes e tem por característica um intenso fluxo migratório, pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização. Seu Produto Interno Bruto (PIB) representa menos de 2% do montante do Estado de Minas Gerais. As potencialidades regionais são pouco ou inadequadamente exploradas, o que amplia o quadro de exclusão social, econômica e política. Lori Figueiró dialoga com este território e nos apresenta, por meio de sua arte, reflexões sobre a vida de pessoas comuns e traz ao público outros olhares sobre essa realidade social.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

A fotografia de Lori Figueiró, permite a correlação prática entre interdisciplinaridade e interprofissionalidade, devido a captura e reconhecimento da diversidade geográfica e cultural presente no nordeste de minas. A exposição a ser realizada pela UFVJM colabora para práticas que podem viabilizar a interdisciplinaridade destacando ações de integração e colaboração na formação docente e discente.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

Os olhares de Lori Figueiró nos direcionam para um diálogo com distintos setores da sociedade, a produção de conhecimentos socialmente relevantes e a formação acadêmica articulada com demandas sociais e pesquisa. A organização da exposição mediante sua concepção, montagem e avaliação constitui-se em um momento de consolidação das ações de ensino, pesquisa e extensão ao promover concepções e práticas institucionais próprias da função da universidade.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Essa ação de extensão permite a imersão efetiva e reflexiva dos estudantes de graduação na concepção, montagem e avaliação da exposição. O trabalho possibilita a apropriação de conhecimentos multidisciplinares, o diálogo com experiências museais e uma atuação prática de construção de interação com o público visitante. Será de responsabilidade dos estudantes de graduação a preparação com ações de divulgação e apoio durante a exposição e a partilha das experiências ao final do processo. O impacto esperado é um amadurecimento reflexivo e a proposição de novas práticas pedagógicas. Acredita-se que a formação do estudante se dará por meio de um protagonismo que causará impacto teórico e prático no seu percurso formativo.


Impacto e Transformação Social

Espera-se que essa ação de extensão amplie o repertório sobre formação docente inicial e continuada envolvendo diversos cursos da UFVJM e o fortalecimento dos saberes e fazeres integrados à Educação básica. O período da exposição na biblioteca coincide com a realização de evento da Associação Nacional de História- Regional MG, em Diamantina, o que implicará na ampliação do público visitante. Esta ação estabelece, assim, uma inter-relação entre a universidade e outros setores da sociedade atuando junto à ampliação do universo de referência da comunidade externa.


Divulgação

A divulgação será por meio virtual e impresso. Será elaborado um folder digital contendo as principais informações sobre local, período de realização da exposição e horários para visitação para ser divulgado nas redes sociais dos projetos de extensão, unidades acadêmicas e página oficial da UFVJM. Serão impressos cartazes com as mesmas informações para divulgação nas escolas básicas e de ensino superior da cidade, bem como em locais públicos de grande circulação.


Programação do Evento

Local

Ágora Centro de Humanidades FIH

Data

05/09/2022

Horário de Início

15:00

Horário de Término

20:00


Descrição

A ação de extensão “OLHARES DE LORI FIGUEIRÓ – “Desde o Chão do Jequitinhonha” promove o reconhecimento da pluralidade de histórias, trajetórias, saberes e modos de vida do Vale do Jequitinhonha expondo o trabalho desenvolvido pelo fotógrafo diamantinense Lori Figueiró, na Ágora Centro de Humanidades FIH que possibilita outras formas de ver e compreender o chamado Nordeste mineiro.

Público-alvo

Descrição

O público-alvo diretamente impactado por esta ação são os estudantes das licenciaturas matriculados na FIH, os professores e professores que atuam na universidade e na educação básica em Diamantina e arredores. Usuários da Ágora do Centro de Humanidades FIH, campus JK.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Agendamento do espaço da exposição. Diárias e hospedagem para o fotógrafo Lori Figueiró. Cartazes e folders para divulgação.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 320 h

Carga Horária 320 h
Periodicidade Diariamente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Exposição de fotografia “OLHARES DE LORI FIGUEIRÓ – Desde o Chão do Jequitinhonha” promove o reconhecimento da pluralidade de histórias, trajetórias, saberes e modos de vida do Vale do Jequitinhonha expondo o trabalho desenvolvido pelo fotógrafo diamantinense Lori Figueiró, na Ágora do Centro de Humanidades FIH o que possibilita outras formas de ver e compreender o chamado Nordeste mineiro.