O câncer de mama acomete milhares de mulheres no mundo, com elevada morbimortalidade todos os anos. Se diagnosticado e tratado precocemente, as chances de cura são grandes. Assim, são essenciais ações com enfoque na doença, na prevenção e nos exames de rastreio. O Outubro Rosa é uma campanha mundial com este objetivo, visando à redução de desfechos desfavoráveis. Esta ação tem o objetivo de promover educação em saúde sobre a temática, endossando a campanha do “Outubro Rosa” em Diamantina.

Câncer de mama, prevenção, outubro rosa.

O câncer de mama é um grave problema de saúde pública mundial, sendo a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. No Brasil, situa-se entre as primeiras posições das neoplasias malignas femininas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença em nosso país. O sintoma mais comum é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que apresentam outros sintomas (INCA, 2019). O rastreio dessa doença é realizado através da mamografia, indicada para mulheres a partir dos 50 anos, mas que também pode ser realizado mais precocemente em determinadas situações. Devido ao maior conhecimento em relação à história natural da doença e suas características, atualmente o diagnóstico e tratamento estão sendo aprimorados de forma rápida, o que exige também um rastreio e detecção precoce para melhores resultados. Quanto mais cedo o câncer é detectado e tratado, maior é a probabilidade de cura. Nos anos 90, a elevada incidência de câncer de mama no mundo deflagrou o “Outubro Rosa”, um movimento popular que tem como foco a luta contra o câncer de mama e o estímulo à população no combate dessa doença. O movimento iniciou-se nos EUA, e expandiu-se ao redor do mundo e tem como símbolo o laço cor de rosa, que simboliza essa luta e estimula a participação de todos. Uma das primeiras iniciativas foi iluminar grandes monumentos e prédios públicos de rosa, chamando assim a atenção da população (GUTIERREZ; ALMEIDA, 2017). No Brasil, o movimento iniciou-se em 2002, em São Paulo, que passou a iluminar o Mausoléu do Soldado Constitucionalista. Em 2010, o INCA inicia sua participação no movimento, promovendo espaços de discussão sobre câncer de mama, divulgando e disponibilizando seus materiais informativos, tanto para profissionais de saúde quanto para a sociedade em geral (GUTIERREZ; ALMEIDA, 2017). Entre os motivos que levaram o Ministério da Saúde a situar o controle do câncer de mama como uma prioridade, e a integrar o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, elaborado em 2011, estão: a grande incidência desse câncer na população feminina mundial e brasileira; a elevação das taxas de mortalidade e o percentual de diagnósticos tardios (GUTIERREZ; ALMEIDA, 2017). Visto que tanto o câncer de mama quanto o câncer de colo de útero têm muitas chances de cura e controle quando diagnosticados em fases iniciais, estratégias para o rastreio e diagnóstico precoce são extremamente relevantes. Avaliação de risco, conscientização das mulheres, acesso rápido e facilitado da rede de atenção à saúde são primordiais para um diagnóstico rápido e tratamento eficaz. Sendo assim, torna-se extremamente importante e necessária a campanha Outubro Rosa em Diamantina, tendo como foco compartilhar informações sobre essa doença e estimular as mulheres a realizarem exames preventivos e ações de cuidado à saúde.

O Outubro Rosa teve origem nos Estados Unidos, com a promoção de ações isoladas em diversos estados para difundir informações sobre o câncer de mama. Após aprovação pelo Congresso Americano, outubro tornou-se o mês oficial de conscientização sobre a doença, sendo adotado por diversos outros países. Em 1990, a Susan G. Komen Breast Cancer Foundation promoveu a primeira “Corrida pela Cura” em Nova Iorque, com distribuição de laços cor-de-rosa para todos os participantes, e, desde então, este tornou-se o símbolo oficial da campanha. No Brasil, a primeira ação ocorreu em 2002 com a iluminação cor-de-rosa do Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Em 2011, o câncer de colo de útero foi incluído nas mobilizações. A campanha tem como objetivo divulgar informações sobre o câncer de mama e de colo de útero e sobre a importância da prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce por meio da observação e autopalpação, exames preventivos (mamografia e colpocitologia oncótica) e manutenção de estilo de vida saudável, a fim de reduzir a incidência e mortalidade pelas doenças. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2021), o câncer de mama é o principal entre as mulheres em todo o mundo, com taxa de mortalidade estimada em 2019 de 14,23/100 mil. Segundo o Instituto, foram esperados cerca de 66.280 novos casos no Brasil em 2021. Ele pode se apresentar com nódulos endurecidos, imóveis e indolores em mamas, axilas e/ou pescoço, alterações na pele das mamas (vermelhidão, retração ou aspecto em casca de laranja) e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos, sendo importante instruir a população sobre tais sintomas para que procurem ajuda profissional caso sejam percebidos. Além disso, a realização de mamografias periódicas é fundamental para visualização de nódulos que não foram percebidos à palpação. Seu desenvolvimento está associado a múltiplos fatores, como genética, estilo de vida pouco saudável e outros associados à história ginecológica e reprodutiva da mulher. Já o câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente entre mulheres no Brasil e ocupa o quarto lugar em mortalidade (INCA, 2020). O Instituto estimou 16.710 novos casos em 2022 no país, com risco de cerca de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2021). A vacinação é uma das medidas fundamentais de prevenção, uma vez que seu principal fator de risco é a infecção por subtipos oncogênicos do HPV (papilomavírus humano). Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO, 2017), cerca de 97% dos tumores de colo de útero contém DNA viral. Em suas fases iniciais, pode se apresentar com poucos ou nenhum sintoma, por isso a importância de realizar periodicamente a colpocitologia oncótica. Pode haver, principalmente em estágios mais avançados, dor em baixo ventre, sangramento pós-coital, sangramento de escape, secreção vaginal amarelada e fétida, dor lombar e alterações miccionais e intestinais. Assim, percebe-se a necessidade de intensificar ações voltadas para a conscientização sobre tais doenças, de forma a ampliar o conhecimento da população sobre seus fatores de risco, sintomas e formas de cuidado. Nesse sentido, o atual projeto irá atuar na divulgação de informações de qualidade e no incentivo à população pelo autocuidado, instruindo-a quanto às principais características de tais cânceres e orientando-a sobre as principais medidas de prevenção e sobre quando e como os exames de rastreio devem ser realizados. Dessa forma, será possível contribuir com a saúde da população e também consolidar o conhecimento dos discentes participantes, aliando a teoria à prática.

Objetivo geral: Orientar o público em geral, e principalmente as mulheres, da cidade de Diamantina/Minas Gerais, sobre exames preventivos para o Câncer (CA) de Mama e de Colo do Útero. Objetivos específicos: - Sensibilização dos público quanto à importância da prevenção do câncer de mama. - Orientar sobre os agravos mais comuns à saúde da mulher. - Informar as mulheres sobre quando devem buscar a realização de exames preventivos e de diagnóstico precoce. - Promover o conhecimento da comunidade sobre a periodicidade destes exames. - Incentivar a procura às Unidades de Saúde em caso de alterações em saúde da mulher. - Distribuir cartilhas educativas com orientações sobre saúde da mulher.

- Fortalecer as recomendações para o diagnóstico precoce e rastreio de câncer de mama preconizadas pelo Ministério da Saúde. - Conscientizar sobre os fatores de risco e os fatores de proteção relacionados ao câncer de mama. - Promover o conhecimento e estimular a postura de atenção das mulheres em relação às suas mamas e a necessidade de investigação oportuna das alterações suspeitas. - Estimular a adoção de hábitos de vida saudáveis.

O presente projeto de ação em Saúde da Mulher tem como objetivo promover a campanha “Outubro Rosa” na cidade de Diamantina/Minas Gerais, através da educação em saúde da população em relação ao câncer de mama e a orientações e cuidados gerais em saúde feminina. Anteriormente à ação, os discentes envolvidos no projeto receberão a capacitação a partir de 04 aulas sobre cuidados gerais em saúde da mulher, cânceres de mama e de colo de útero, ministradas pela professora coordenadora do projeto. As aulas ocorrerão de maneira remota através da plataforma Google Meet, de forma síncrona. Após, os discentes farão o preparo dos materiais a serem utilizados durante a ação, como a criação de cartilhas informativas, cartazes e materiais de divulgação da ação. Além disso, serão realizadas postagens informativas em redes sociais sobre a campanha “Outubro Rosa” e temáticas relacionadas à saúde feminina. Em seguida, será realizada ação na praça do Mercado Velho, localizada no centro da cidade de Diamantina/Minas Gerais, em data e horário a serem definidos, durante um final de semana (sábado e domingo). Durante a ação, os discentes organizadores do projeto estarão no local, em um stand, promovendo a Saúde da Mulher através do fornecimento de informações gerais sobre o tema e incentivo à realização de exames de prevenção e diagnóstico precoce, como o citopatológico de colo de útero e a mamografia, e orientações sobre a faixa etária preconizada para a realização desses exames de rastreio. A “Mama Amiga”, modelo de mama artificial feito de borracha, será objeto de demonstração da autopalpação das mamas para a população. Além disso, serão esclarecidas eventuais dúvidas e distribuídas cartilhas informativas acerca da Saúde da Mulher, com base nas preconizações do Ministério da Saúde.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero. São Paulo: Connexomm, 2017. GUTIÉRREZ, M. G. R. A.; ALMEIDA, A. M. Outubro Rosa. Acta Paulista de Enfermagem [online]. 2017, v. 30, n. 5, pp. 3-5. Acesso em 29 de junho de 2022. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-0194201700065>. INSTITUTO NACIONAL DO C NCER. Eu cuido da minha saúde todos os dias. E você? 24 de set de 2021. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/campanhas/outubro-rosa/2021/eu-cuido-da-minha-saude-todos-os-dias-e-voce>. Acesso em 14 de jun. de 2022. INSTITUTO NACIONAL DO C NCER. Estatísticas de câncer. 25 de abr. de 2022. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer>. Acesso em 14 de jun. de 2022. INSTITUTO NACIONAL DO C NCER. A situação do câncer de mama no Brasil: síntese de dados dos sistemas de informação. / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2019 INSTITUTO NACIONAL DO C NCER.. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2019.

A proposta da ação surge da percepção de aplicar localmente as campanhas de cunho nacional voltados à saúde da mulher, valendo-se de todo engajamento social e midiático que o “Outubro Rosa” proporciona. Dessa forma, pretende-se contribuir diretamente para a promoção de saúde e educação continuada em saúde da população alcançada. Espera-se que o projeto possa envolver diferentes setores da sociedade e, indiretamente, contribuir para a melhoria dos serviços de atendimento à saúde da mulher nos quais os estudantes e profissionais envolvidos atuarão em suas práticas acadêmicas e profissionais. A interação com a comunidade externa à UFVJM será dialógica no sentido de que se espera que a ação seja uma oportunidade para que estudantes tragam seus olhares, conhecimentos e contribuições, promovendo intercâmbio de saberes e favorecendo a formação continuada de todos e também aprimoramento das habilidades técnicas dos envolvidos.

O evento articula as áreas de conhecimento das ciências da saúde e da educação, estimulando a busca pelo conhecimento e a aprendizagem de todos os envolvidos na organização, realização e participação na ação.

O evento articula ensino e extensão ao propor um intercâmbio com a comunidade externa para construção de conhecimento e orientações sobre os cânceres de mama e colo de útero. Estudantes participantes do projeto serão incentivados a organizar e executar a ação. Articula-se também com pesquisa, já que espera-se que a demanda da população durante o evento possa fomentar material para futuras pesquisas sobre o impacto desse tipo de ação nos cuidados com a saúde.

Graduandos participarão como organizadores e executores do evento, tendo a oportunidade de desenvolver competências relacionadas à organização, liderança, comunicação interpessoal e comunicação profissional. Além disso, é uma oportunidade para aprofundar e solidificar conhecimentos acerca dos principais agravos à saúde da mulher e das repercussões da prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce, tanto no âmbito da saúde individual, quanto à nível de sistema público de saúde, mudando desfechos potencialmente desfavoráveis através da prevenção primária.

Espera-se que o ação atinja diferentes setores da sociedade, mas, principalmente, as mulheres, público-alvo da ação e da campanha do “Outubro Rosa”. A transformação social é alcançada quando mulheres tornam-se conhecedoras da prevenção através dos exames de rastreio e de medidas preventivas sobre os agravos em saúde, mudando assim os desfechos desfavoráveis causados por eles. De tal modo, a aproximação entre a universidade e a sociedade impacta na procura assertiva dos serviços de saúde, bem como na melhoria dos atendimentos a essa população e, por conseguinte, favorece também o intercâmbio de experiências.

O evento será amplamente divulgado em redes sociais, através de perfil no Instagram®, grupos de Whatsapp® e de Telegram®.