Detalhes da ação

Educação ambiental e divulgação científica para a conservação dos ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203000264

Tipo da Ação

Projeto

Situação

RECOMENDADA :
CONCLUÍDA - ARQUIVADA

Data Inicio

15/12/2022

Data Fim

30/11/2023


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

maira figueiredo goulart

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Biológicas

Área Temática Principal

Educação

Área Temática Secundária

Meio Ambiente

Linha de Extensão

Questões ambientais

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Tarde

Atividades nos Fins de Semana

Sim


Redes Sociais

@peldturf

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 20 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Resumo

Tendo como diretriz que a conservação dos ecossistemas de turfeiras depende de conhecimento científico, mas também de políticas públicas e de um efetivo envolvimento de toda a sociedade, o projeto propõe a publicação do livro “Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos, interações bióticas e paleoambientes”, bem como estratégias de lançamento, divulgação e distribuição que alcance tomadores de decisão, moradores, comunidade escolar e demais interessados.


Palavras-chave

Conservação, Educação Ambiental, Divulgação Científica, Recursos Hídricos, Turfeiras.


Introdução

As turfeiras são ecossistemas de transição entre ambientes terrestres e aquáticos, formados pela acumulação no tempo e no espaço de tecidos vegetais em condições de excessiva umidade, pouca disponibilidade de nutrientes, baixo pH e escassez de oxigênio, onde a matéria orgânica passa por processos de lenta humificação. Os ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional, situada no estado de Minas Gerais, constituem as cabeceiras de rios das mais importantes bacias do leste brasileiro: as bacias do Rio São Francisco, Rio Jequitinhonha e Rio Doce. As turfeiras armazenam o excedente hídrico da época chuvosa, liberando gradativamente na época da seca, regulando sua vazão e perenizando o curso. Além disso, as turfeiras, por se formarem ao longo de milhares de anos, preservam proxies para a reconstituição paleoambiental e sequestram um grande volume de carbono. São ainda ecossistemas de grande biodiversidade, endêmica e peculiar. Pesquisas nas turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional, em especial na região das nascentes dos rios Araçuaí e Rio Preto, nos municípios de Felício dos Santos, São Gonçalo do Rio Preto e Diamantina, em Minas Gerais, vem sendo conduzidos há mais de duas décadas e revelaram a importância desses ecossistemas para a biodiversidade, para o ciclo global do carbono, para os recursos hídricos regionais e para a reconstituição paleoambiental. Também é evidente que a rápida degradação desses ecossistemas, provocada principalmente pela antropização, pode comprometer irreversivelmente, no médio prazo, seus serviços ecossistêmicos. O Rio Preto é afluente do Araçuaí e esse, por sua vez, é o principal afluente do Rio Jequitinhonha, únicos cursos d’água perenes da região semiárida do nordeste de Minas Gerais. A bacia hidrográfica do Rio Araçuaí drena mais de 16 mil km2 e apresenta uma população de mais de 300 mil habitantes (http://www.igam.mg.gov.br/). Dez dos 23 municípios abrangidos por essa bacia hidrográfica o utilizam o rio como manancial para abastecer sua sede. Sendo as turfeiras, portanto, fundamentais para a população de uma importante região do estado de Minas Gerais, incluindo povos tradicionais com um vasto repertório sociocultural, mas que sofre com a escassez de água. A conservação dos ecossistemas de turfeiras depende de conhecimento científico, mas também de políticas públicas e de um efetivo envolvimento de toda a sociedade, em especial, das comunidades locais. Essa interação deve ser pautada no diálogo permanente e democrático, e no reconhecimento de que o conhecimento científico sozinho não é suficiente para a resolução de problemas socioambientais e o planejamento da conservação em longo prazo. Neste contexto, a Educação Ambiental e a Divulgação Científica se fazem fortes aliadas. Educação Ambiental é definida como “processos por meio dos quais indivíduo e coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para conservação do ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e à sua sustentabilidade” (Brasil, 1999). Esse é, no entanto, um conceito por trás do qual há uma grande diversidade de práticas, a chamada Educação Ambiental Crítica tem como a compreensão da problemática ambiental em toda sua complexidade, partindo do princípio que o enfrentando desigualdades e respeitando pluralidade (Layrargues, 2009). A articulação de diferentes saberes é um ponto de convergência entre a Educação Ambiental Crítica e Divulgação Científica quando esta última se constitui um modelo de comunicação dialógico pautado na construção conjunta de conhecimento, processo também chamado de Popularização da Ciência (Fares et al., 2007; Germano e Kuleska, 2007).


Justificativa

A Serra do Espinhaço se estende por mais de 1200 km desde o centro-sul de Minas Gerais até a Chapada Diamantina, na Bahia. O Espinhaço representa um grande divisor natural entre dois importantes domínios da vegetação brasileira - a Mata Atlântica, a leste, e o Cerrado, a oeste, ambos considerados centros de diversidade e endemismo de espécies e seriamente ameaçados por atividades humanas (Myers et al. 2000), além da Caatinga ao norte. Há mais de duas década o Espinhaço vem sendo apontado como região prioritária para a conservação da natureza (Costa et al., 1998, Drumond, et al., 2005; Silva et al., 2008). Em 2005 parte da sua porção mineira foi reconhecida como Reserva da Biosfera (UNESCO/MaB, 2005) devido ao conjunto de características que tornam a região peculiar, detentora de uma enorme diversidade biológica, histórica e geográfica. A área da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço foi ampliada em 2019 e atualmente conta com mais de 10 milhões de hectares, abrangendo 172 municípios mineiros das regiões do Quadrilátero Ferrífero e do maciço do Espinhaço. A relação biogeográfica e histórica pode ser vista nos eixos de ocupação, sobretudo, nos aspectos intrínsecos que deram origem à Estrada Real, eixo este integrado com a história de Minas Gerais, passando por cidades históricas únicas, como Diamantina. A região tem, portanto, grande importância histórica e cultural, e abriga diversos povos originários e tradicionais, como indígenas, quilombolas e coletores de flores sempre vivas. Em 2019, a coleta de sempre-vivas ganhou reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como integrante do grupo dos "Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial" (Sipam), reforçando ainda mais a importância da conservação da natureza para a o desenvolvimento social e manutenção das culturas e tradições regionais. O presente projeto de extensão é parte do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) no sítio intitulado “Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos e biodiversidade" aprovado na chamada CNPq/MCTI/CONFAP-FAPS/PELD no 21/2020, coordenado pelo Prof. Alexandre Christofaro Silva (UFVJM) e que conta com a participação de docentes, discentes e servidores da UFVJM e de outras instituições. O Programa tem como objetivo fomentar pesquisas interdisciplinares e que visam a produção de conhecimento científico de forma integrada às necessidades da sociedade, para a promoção da conservação da biodiversidade. No PELD sítio Turfeiras vem sendo feito desenvolvidas pesquisas sobre biodiversidade, fatores abióticos e serviços ecossistêmicos tendo dentre seus objetivos promover a conscientização e mudança de comportamento para preservação desses ecossistemas, e embasar, com informações científicas, os tomadores de decisão, no intuito de formular políticas públicas para proteger os ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço. É premente o empoderamento das comunidades locais e regionais acerca da importância dos ecossistemas de turfeiras tanto para o ambiente, para a socioeconomia e para a qualidade de vida de suas populações, como para o planeta. Portanto, de forma integrada às pesquisas sobre biodiversidade e fatores abióticos associados às turfeiras, pesquisas e ações educativas também vem sendo conduzidas nas cidades e comunidades rurais adjacentes. Resultados preliminares mostram que há dificuldade no acesso às informações específicas sobre a biodiversidade local e às peculiaridades dos ecossistemas de turfeiras. Havendo, portanto, necessidade de investir em divulgação científica e processos educativos dialógicos para, dessa forma, garantir a efetividade das ações de conservação à longo prazo.


Objetivos

O projeto de extensão tem como objetivo geral desenvolver ações de educação ambiental crítica e divulgação científica sobre os ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço, contribuindo assim com a sua conservação. São objetivos específicos: - Elaborar o livro "Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos, interações bióticas e paleoambientes". - Divulgar e distribuir o livro impresso e digital para a rede de ensino, a comunidade e tomadores de decisão das regiões abrangidas pelo projeto. - Divulgar o livro digital e das informações nele contida em redes sociais e outros meios de comunicação. - Promover ações educativas com a comunidade escolar.


Metas

a) Elaborar o conteúdo, a diagramação e arte editorial do livro impresso e digital; b) Imprimir 300 unidades do livro; c) Promover um evento público de lançamento da obra com a participação da comunidade acadêmica da UFVJM, da comunidade em geral, especialmente lideranças e dos tomadores de decisão das regiões abrangidas pelo projeto; d) Promover divulgação do livro digital e das informações nele contida em redes sociais e outros meios de comunicação. e) Promover uma ação educativa em escolas dos municípios abrangidos: Escola Estadual Dom João Antônio dos Santos, em São Gonçalo do Rio Preto, Escola Estadual Felício dos Santos, em Felício dos Santos e Escola Estadual Joaquim Felício Dos Santos, em Diamantina.


Metodologia

O projeto de extensão terá início com a compilação de informações sobre os ecossistemas turfeira e temas afins, produzidas no âmbito das pesquisas do sítio PELD, bem como o levantamento de informações em revisão bibliográfica. Para tanto, diversos membros da comunidade acadêmica da UFVJM atuarão, entre docentes, discentes de graduação e pós graduação, pessoal técnico, bem como colaboradores de outras instituições. As informações científicas serão a base de textos descritivos em linguagem acessível à todos os públicos, e comporão os capítulos do livro "Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos, interações bióticas e paleoambientes". A arte gráfica, a diagramação e a produção editorial serão realizadas por meio de parcerias, buscando um resultado visualmente atraente e informativo, tanto em versão digital quanto impressa. Um evento presencial de lançamento será realizado em Diamantina com a participação da comunidade acadêmica da UFVJM. Serão convidadas autoridades do poder executivo municipal do Vale do Jequitinhonha (Prefeitos e secretários de Meio Ambiente) e do poder executivo estadual (SEMAD, IEF, IGAM, SUPRAM, dentre outros), do poder legislativo (deputados e vereadores), do ICMBio e do ministério público. Também serão convidados docentes e discentes das redes municipais e estaduais de ensino fundamental e médio do Vale do Jequitinhonha, as comunidades rurais e tradicionais, o setor produtivo e o terceiro setor. Será elaborado um documento síntese, abordando, em uma linguagem coloquial, os serviços ecossistêmicos prestados pelas turfeiras, sua biodiversidade e a importância da conservação das turfeiras para o meio ambiente, para a economia regional e para as atividades extrativistas conduzidas pelas populações tradicionais. Este material será usado para divulgação em imprensa, redes sociais e outros meios de comunicação. A comunidade escolar é parceira do sítio PELD Turfeiras e ações são desenvolvidas conjuntamente com as escolas: Escola Estadual Dom João Antônio Dos Santos, em São Gonçalo do Rio Preto, Escola Estadual Felício dos Santos, em Felício dos Santos e Escola Estadual Joaquim Felício dos Santos, em Diamantina. Nelas, o livro será apresentado em evento presencial com a participação de pesquisadores que apresentação não apenas o resultado mas também o processo de produção do conhecimento científico, por meio de exposição dialogada e mostra de equipamentos, materiais e experimentos. Enfatizando a importância do diálogo dos conhecimentos populares e científicos na resolução dos problemas, lideranças comunitárias locais serão convidadas para interagir em uma roda de conversa. Tanto o livro, quanto o documento síntese e os saberes tradicionais serão base para a construção coletiva de produtos e processos educacionais especificamente direcionados para cada comunidade escolar.


Referências Bibliográficas

Almeida-Abreu, P., A., Fraga, L., M., S., Neves, S., de C., 2005. Fisiografia. In: Silva, A.C.; Pedreira, L.C.V.S.F.; Abreu, P.A.A. Serra do Espinhaço Meridional: Paisagens e ambientes. Belo Horizonte: O Lutador. p.47-58. Brasil. 1999. Lei no. 9795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Campos, J.R. da R., Christófaro Silva, A., Nanni, M.R., dos Santos, M., Vidal-Torrado, P., 2017. Influence of the structural framework on peat bog distribution in the tropical highlands of Minas Gerais, Brazil. Catena 156, 228–236. https://doi.org/10.1016/j.catena.2017.04.018 Campos, J.R.D.R., Silva, A.C., Vidal-Torrado, P., 2012. Mapping, organic matter mass and water volume of a peatland in Serra do Espinhaço Meridional. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 36, 723-732. https://doi.org/10.1590/S0100-06832012000300004 Costa C. M. R., Herrmann G., Soares C. M., Lins L. V., Lamas I. R. 1998. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. Belo Horizonte. Fundação Biodiversitas. Costa, C. R., 2018. Reconstituição paleoambiental utilizando uma abordagem multi-proxy em um registro da turfeira do Rio Preto, Minas Gerais, Brasil. (Thesis Master’s degree). Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Brazil. Costa, C.R., Horák‐Terra, I., Coe, H.H.G., Chueng, K.F., Machado, D.O.B.F., de Camargo, P. B., Barral, U.M, Tassinari, D., Silva, A. C., 2022. Multi-proxy analysis of a Holocene records from a high-altitude tropical peatland in the Serra do Espinhaço Meridional, Brazil. Journal of South American Earth Sciences, 103795. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2022.10379 Drummond G. M., Martins C. S., Machado A. B. M., Sebaio F. A., Antonini Y. 2005. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2a. ed. Belo Horizonte. Fundação Biodiversitas. 222p. Fares, D.C.; Navas, A.M.; Marandino, M. 2007. Qual participação? Um enfoque CTS sobre os modelos de comunicação pública da ciência nos museus de ciência e tecnologia. X Reunión de la Red de Popularización de la Ciencia y la Tecnología en América Latina y el Caribe (RED POP - UNESCO), Costa Rica. Germano, M.G.; Kulesza, W.A. 2007. Popularização da ciência: uma revisão conceitual. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 24(1): 7-25. Horák-Terra, I., Cortizas, A.M., Da Luz, C.F.P., Silva, A.C., Mighall, T., De Camargo, P.B., Mendonça-Filho, C.V., De Oliveira, P.E., Cruz, F.W., Vidal-Torrado, P., 2020. Late Quaternary vegetation and climate dynamics in central-eastern Brazil: insights from a ~35k cal a bp peat record in the Cerrado biome. J. Quat. Sci. 35, 664–676. https://doi.org/10.1002/jqs.3209 Horák-Terra, I., Martínez Cortizas, A., da Luz, C.F.P., Rivas López, P., Silva, A.C., Vidal-Torrado, P., 2015. Holocene climate change in central-eastern Brazil reconstructed using pollen and geochemical records of Pau de Fruta mire (Serra do Espinhaço Meridional, Minas Gerais). Palaeogeogr. Palaeoclimatol. Palaeoecol. 437, 117–131. https://doi.org/10.1016/j.palaeo.2015.07.027 Horák-Terra, I., Martínez Cortizas, A., De Camargo, P.B., Silva, A.C., Vidal-Torrado, P., 2014. Characterization of properties and main processes related to the genesis and evolution of tropical mountain mires from Serra do Espinhaço Meridional, Minas Gerais, Brazil. Geoderma 232–234, 183–197. https://doi.org/10.1016/j.geoderma.2014.05.008 Layrargues, P.P. 2009. Educação ambiental com compromisso social: o desafio da superação das desigualdades. In: Loureiro, C.F.B (Org). Repensar a educação ambiental um olhar crítico. p.11-31. Cortez. São Paulo. Machado, D.O.B.F., Chueng, K.F., Coe, H.H.G., Silva, A.C., Costa, C.R., 2021. Paleoenvironmental reconstruction of the headwaters of the preto river, Minas Gerais state, Brazil, through siliceous bioindicators. J. South Am. Earth Sci. 108. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2021.103349 Mendonça Filho, 2005.Vegetação. In: Silva, A.C.; Pedreira, L.C.V.S.F.; Abreu, P.A.A. Serra do Espinhaço Meridional: Paisagens e ambientes. Belo Horizonte: O Lutador. p.121-135. Myers, N. 1988 .Tropical Forests: Much More than Stocks of Wood. Journal of Tropical Ecology, 4: 209.21. Schellekens, J., Horák-Terra, I., Buurman, P., Silva, A.C., Vidal-Torrado, P., 2014. Holocene vegetation and fire dynamics in central-eastern Brazil: Molecular records from the Pau de Fruta peatland. Org. Geochem. 77, 32–42. https://doi.org/10.1016/j.orggeochem.2014.08.011 Silva, A.C., Barbosa, M.S., Barral, U.M., Silva, B.P.C., Fernandes, J.S.C., Viana, A.J.S., Filho, C.V.M., Bispo, D.F.A., Christófaro, C., Ragonezi, C., Guilherme, L.R.G., 2019. Organic matter composition and paleoclimatic changes in tropical mountain peatlands currently under grasslands and forest clusters. Catena 180, 69–82. https://doi.org/10.1016/j.catena.2019.04.017 Silva, A.C., Horák, I., Vidal-Torrado, P., Cortizas, A.M., Racedo, J.R., Campos, J.R. da R., 2009. Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional - MG: II - influência da drenagem na composição elementar e substâncias húmicas. Rev. Bras. Ciência do Solo 33, 1399–1408. https://doi.org/10.1590/s0100-06832009000500031 Silva, A.C., Horàk-Terra, I., Barral, U.M., Costa, C.R., Gonçalves, S.T., Pinto, T., Christófaro Silva, B.P., Cunha Fernandes, J.S., Mendonça Filho, C.V., Vidal-Torrado, P., 2020. Altitude, vegetation, paleoclimate, and radiocarbon age of the basal layer of peatlands of the Serra do Espinhaço Meridional, Brazil. J. South Am. Earth Sci. 103. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2020.102728 Silva, A.C., Silva, V.E., Silva, B.P.C., de Camargo, P.B., Pereira, R.C., Barral, U.M., Botelho, A.M.M., Torrado, P.V., 2013b. Composição lignocelulósica e isótopica da vegetação e da matéria orgânica do solo de uma turfeira tropical. II - Substâncias húmicas e processos de humificação. Rev. Bras. Cienc. do Solo 37, 134–144. https://doi.org/10.1590/S0100-06832013000100014


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

Em todas as etapas do projeto, desde a elaboração do livro até seu lançamento e divulgação, sempre será dada ênfase na divulgação científica enquanto um campo interdisciplinar e dialógico, que reconhece a complexidade da realidade social e a necessidade da superação de um discurso de hegemonia acadêmica, substituindo-o pela ideia de uma aliança que contribua para a construção de uma sociedade mais justa, ética e democrática. Tendo como premissa que a conservação da natureza não é possível de ser alcançada e mantida em longo prazo sem que haja um efetivo envolvimento de toda a sociedade, no conteúdo do livro, nos eventos de lançamento e divulgação em geral sempre será dada ênfase em processos democráticos e dialógicos de construção de conhecimento. Em especial, com convite a lideranças comunitárias para interagir em uma roda de conversa e construção coletiva de produtos e processos educacionais com as comunidades escolares.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

A educação ambiental e a divulgação científica são, por natureza, campos de conhecimento interdisciplinar. Neste projeto, conhecimentos científicos que abrange as áreas biológica, geológica e hidrológica, são reunidos para caracterização dos ecossistemas de turfeiras, seus processos ecológicos, históricos e evolutivos. Usos humanos, serviços do ecossistema, ameaças e estratégias de conservação também são diagnosticados e qualificados. E, por fim, visando promover uma democratização do conhecimento, processos educativos dialógicos serão realizados.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

A indissociabilidade entre o ensino-pesquisa-extensão é um processo intrínseco a todas as etapas do projeto pois o mesmo abrange a geração de conhecimento através das pesquisas científicas, a formação de pessoas – inclusive dos discentes de graduação e de pós graduação, e que tem culminância no atendimento da demanda da comunidade para a resolução de seus problemas – no caso, a divulgação científica que contribua para a elaboração de políticas públicas e estratégias de conservação da natureza. É a indissociabilidade entre o ensino-pesquisa-extensão, portanto, que possibilita que o projeto contribua para uma relação transformadora entre universidade e sociedade.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Diversos estudantes de graduação da UFVJM, bem como de pós graduação, atuarão na elaboração do material, participarão das pesquisas de levantamento e monitoramento da biodiversidade e fatores ambientais. Eles também interagirão com a comunidade externa, permitindo conhecer a realidade dessas populações e oportunizando a reflexão sobre o interesse social nas informações científicas geradas e como as mesmas podem embasar tomadas de decisão sobre a conservação da natureza e serviços ecossistêmicos. Portanto, o projeto contribuirá imensamente para a formação de profissionais críticos, reflexivos, éticos e comprometidos com a sociedade.


Impacto e Transformação Social

Social Várias cidades e distritos do Vale do Rio Araçuaí captam as águas para abastecimento urbano nesse rio e em seus afluentes, que possuem nascentes nos ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional. As atividades agrosilvipastoris conduzidas nesse vale também dependem da água de seu rio principal e de seus afluentes. Coletores de sempre-vivas atuam nesses ecossistemas obtendo produtos do extrativismo necessários para seu sustento. Assim, a divulgação de informações científicas para a população dos vales e para os tomadores de decisão para a conscientização a respeito da importância de preservar esses ecossistemas torna-se fundamental para, evitar, no médio prazo, o desabastecimento de centros urbanos e zonas rurais. Econômico A capacidade de regular a vazão dos cursos d'água das bacias dos rios Araçuaí e Jequitinhonha torna a preservação desses ecossistemas fundamental para todas as atividades econômicas nesses vales, pois a degradação dos mesmos vai agravar a escassez hídrica no período seco do ano, tal qual ocorreu em setembro de 2020, quando o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) publicou a Portaria Nº 56 “declarando situação crítica de escassez hídrica superficial nas porções hidrográficas do alto curso do Rio Araçuaí (à montante da estação fluviométrica Carbonita) ”. Assim, a divulgação de informações científicas para a população dos vales e para os tomadores de decisão para a conscientização a respeito da importância de preservar esses ecossistemas torna-se fundamental para, a manutenção, no médio prazo, da vazão dos cursos d´água destas bacias e, consequentemente, para a manutenção/ampliação das atividades econômicas. Ambiental Contribuir para a preservação dos ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional, fundamentais para o meio ambiente regional, por armazenar água (“efeito esponja”) e regular a vazão dos Rios Araçuaí e Jequitinhonha e afluentes, por sequestrar carbono, auxiliando na minimização da emissão de gases do efeito estufa, por sustentar biodiversidade endêmica e peculiar e por preservar proxies para a reconstituição paleoambiental e paleoclimática.


Divulgação

O livro, evento de lançamento e demais ações educativas do projeto serão divulgados no site da UFVJM e nas redes sociais da instituição; na página do Instagram do PELD Turfeiras; na rede de comunicação pública dos PELDs – CNPq (https://peldcom.eco.br/ e @peldcom), bem como da instituição parceira Instituto Biotrópcios (@biotropicos). Será estabelecido o contato com imprensa local e regional, bem como outros meios de comunicação. Estas mídias também serão utilizadas para divulgação do conteúdo do livro, como informações sobre os serviços ecossistêmicos prestados pelas turfeiras, sua biodiversidade e a importância da conservação das turfeiras para o meio ambiente, para a economia regional e para as atividades extrativistas conduzidas pelas populações tradicionais. A divulgação se dará com fotografias e imagens atraentes e com textos descritivos objetivos e acessíveis a todos os públicos.


Público-alvo

Descrição

Especialmente, mas não exclusivamente, dos municípios Diamantina, São Gonçalo do Rio Preto e Felício do Santos. Usuários de recurso hídrico de toda bacia hidrográfica serão direta ou indiretamente contemplados e beneficiados com o projeto.

Descrição

Alunos, professores, supervisores e demais membros da comunidade escolar das escolas: Escola Estadual Dom João Antônio Dos Santos, em São Gonçalo do Rio Preto, Escola Estadual Felício dos Santos, em Felício dos Santos e Escola Estadual Joaquim Felício dos Santos, em Diamantina.

Descrição

Participarão do lançamento do livro autoridades do poder executivo municipal do Vale do Jequitinhonha (Prefeitos e secretários de Meio Ambiente) e do poder executivo estadual (SEMAD, IEF, IGAM, SUPRAM, dentre outros), do poder legislativo (deputados e vereadores), do ICMBio e do ministério público.

Descrição

Professores, pessoal técnico, discentes de graduação e pós graduação, bem como funcionários terceirizados interessados participarão das ações e dos eventos educativos propostos.

Descrição

Por meio da divulgação do livro e das informações nele contidas em redes sociais, imprensa e outras mídias, há expectativa de alcançar representantes de demais setores da comunidade e engajá-los na conservação das turfeiras.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Município

São Gonçalo do Rio Preto - MG

Município

Felício dos Santos - MG

Parcerias

Nenhuma parceria inserida.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 100 h

Carga Horária 40 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Coordenar a elaboração do conteúdo, a diagramação e arte editorial do livro impresso e digital. Os capítulos serão baseados em na compilação de informações sobre os ecossistemas turfeira e temas afins, produzidas no âmbito das pesquisas do sítio PELD, bem como o levantamento de informações em revisão bibliográfica. Para tanto, diversos membros da comunidade acadêmica da UFVJM atuarão, entre docentes, discentes de graduação e pós graduação, pessoal técnico, bem como colaboradores de outras instituições.

Carga Horária 20 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Divulgar e distribuir o livro impresso e digital para a rede de ensino, a comunidade e tomadores de decisão das regiões abrangidas pelo projeto. Imprimir 300 unidades do livro; Promover um evento público de lançamento da obra com a participação da comunidade acadêmica da UFVJM, da comunidade em geral, especialmente lideranças e dos tomadores de decisão das regiões abrangidas pelo projeto; Promover divulgação do livro digital e das informações nele contida em redes sociais e outros meios de comunicação.

Carga Horária 20 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

A atividade será desenvolvida com as escolas: Escola Estadual Dom João Antônio Dos Santos, em São Gonçalo do Rio Preto, Escola Estadual Felício dos Santos, em Felício dos Santos e Escola Estadual Joaquim Felício dos Santos, em Diamantina. Nelas, o livro será apresentado em evento presencial com a participação de pesquisadores que apresentação não apenas o resultado mas também o processo de produção do conhecimento científico, por meio de exposição dialogada e mostra de equipamentos, materiais e experimentos. Enfatizando a importância do diálogo dos conhecimentos populares e científicos na resolução dos problemas, lideranças comunitárias locais serão convidadas para interagir em uma roda de conversa. Tanto o livro, quanto o documento síntese e os saberes tradicionais serão base para a construção coletiva de produtos e processos educacionais especificamente direcionados para cada comunidade escolar.

Carga Horária 20 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Elaborar relatório de atividades bem como artigos científicos, de divulgação e relatos de experiência do campo da educação.