Detalhes da ação

Encontro de Saberes: construindo pontes e ações entre os saberes de matrizes indígenas, afrodescendentes e populares com a produção do conhecimento científico

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202104000008

Tipo da Ação

Programa

Situação

NÃO RECOMENDADA

Data Inicio

24/03/2021

Data Fim

30/08/2023


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

ana flávia andrade de figueiredo

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Humanas

Área Temática Principal

Cultura

Área Temática Secundária

Educação

Linha de Extensão

Direitos individuais e coletivos

Abrangência

Estadual

Gera Propriedade Intelectual

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Dentro e Fora do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Não

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 192 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 192 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 192 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 192 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 192 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 88 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 104 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 104 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 104 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 88 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 48 h
Resumo

O Encontro de Saberes é um projeto estruturante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI), que remonta à implementação da política de cotas, aprovada em 2003, na Universidade de Brasília (UNB). Desde 2013, um grupo de docentes intencionava trazer tal proposta à UFVJM. Cinco anos depois foi criada a Comissão Encontro de Saberes na UFVJM, pela Portaria nº 1421, de 23 de maio de 2018.


Palavras-chave

Encontro de Saberes, Universidade Pluriepstêmica, Democratização do ensino Superior


Introdução

O Encontro de Saberes é um projeto estruturante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI), que resulta de uma parceria estabelecida junto à Universidade de Brasília (UnB), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ao Ministério da Educação (MEC) e ao Ministério da Cultura (MinC)5. As práticas pedagógicas desenvolvidas pelo projeto resultam do espaço de diálogo estabelecido entre os mestres e professores parceiros, que assumem o papel de anfitriões, verdadeiros parceiros afetivos, estabelecendo pontes entre os saberes e o cuidado amoroso com cada etapa e dimensão do projeto. Dentro do Encontro de Saberes, as ementas, os projetos de pesquisa e extensão, são construídos conjuntamente e em colaboração com os mestres, tendo em vista a necessidade de tensionar o processo secular, ainda vigente, de subalternização e hierarquização dos saberes tradicionais pelo modelo de conhecimento racional, monoepistêmico, europeu e moderno, tipicamente produzido e transmitido nas universidades. Neste sentido, possibilitar que os mestres e mestras protagonizem a circulação de seus saberes dentro do espaço universitário permite a chancela do saber dos mestres numa perspectiva de totalidade, sem a pretensão de substituir o conhecimento moderno, mas de estabelecer com ele um diálogo interepistêmico. Trata-se, pois, de a universidade romper com a disseminação da racionalidade ocidental como único referencial de conhecimento, já que este princípio se funda na lógica da dominação colonial. Ainda, de buscar descolonizar o saber universitário, construindo, promovendo e defendendo espaços concretos em que várias epistemes possam dialogar horizontalmente, numa relação de equidade. Para Carvalho e Águas: A proposta baseia-se em uma perspectiva pedagógica que integra o pensar, o sentir e o fazer, o que sublinha seu caráter vanguardista, tanto em termos teóricos quanto metodológicos se pensamos no desequilíbrio entre essas dimensões do aprendizado nos cursos vigentes, os quais hipertrofiam uma delas ao preço de atrofiar as outras duas. (CARVALHO; ÁGUAS, 2015, p.1018) Fazendo isso superaríamos a relação sujeito objeto instaurada pela colonialidade, uma vez que tradicionalmente a universidade tem acolhido os saberes tradicionais numa perspectiva de toma-los como meros objetos de estudo, extirpando a dimensão humana do sujeito produtor de conhecimentos. Importante enfatizar, como bem o faz o Projeto de Formação Transversal da UFMG/ Encontro de Saberes, que os saberes tradicionais acionam importantes reflexões: Seus conhecimentos estão a serviço de comunidades que os colocam à prova no cotidiano. Os mestres e artistas tradicionais agem desprovidos da noção de autoria, sem o valor da subjetividade egóica forjada pelo sistema de autoridade ocidental; Seus saberes são multidisciplinares. Geralmente um mestre domina um número maior de campos disciplinares do que os praticados nos nossos modelos de ensino; (...) (Proposta de Formação Transversal: Saberes Tradicionais, UFMG, 2014, p.2) Como enfatiza a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, os conhecimentos tradicionais não são apenas um acervo a ser estudado, passível até mesmo, quem sabe, de ser legitimado, validado pelo saber científico. Não se trata tampouco de buscar nas práticas tradicionais procedimentos, objetos e substâncias (e seus “princípios ativos”) que pudessem ser desenvolvidos e aprimorados por meio de métodos, agora sim, “científicos”. As ciências tradicionais possuem potencial para renovar os próprios paradigmas, a partir do reconhecimento de que existem “muito mais regimes de conhecimento e de cultura do que supõe nossa vã imaginação metropolitana” (CARNEIRO DA CUNHA, 2009, p. 329, apud Proposta de Formação Transversal: Saberes Tradicionais, UFMG, 2014). Em linhas gerais, o Encontro de Saberes objetiva promover o encontro de sujeitos com sujeitos, cujos saberes circulam simetricamente, como observa-se na figura abaixo. Segundo o Documento desenvolvido como base para a difusão do Encontro de Saberes nas instituições de ensino superior (INCTI, 2005), este deve ser atravessado por alguns fundamentais pressupostos que devem orientar sua implementação, entre eles, a indissociabilidade entre teoria e metodologia, bem como reflexão e intervenção. A intervenção proposta pelo Encontro de Saberes implica em uma leitura a contrapelo da instituição universitária: ela suspende temporariamente os critérios de cientificidade, de prestígio e produtividade já estabelecidos, tocando necessariamente na recomposição desses critérios (CARVALHO; FLÓREZ, 2014). Em termos abrangentes, a proposta atinge o modelo cristalizado do ensino superior a partir de quatro dimensões – étnico-racial, política, pedagógica e epistêmica. Quanto à primeira dimensão, refere-se à ruptura do continuum da exclusão étnicoracial – entendido como uma espécie de “congelamento” da aparente normalidade do contexto de extrema segregação e desigualdade que marca as nossas universidades (CARVALHO, no prelo). A dimensão política, estreitamente vinculada à luta antirracista e à demanda pelas cotas de acesso à educação superior, reivindica a descolonização dos meios universitários através da inclusão simultânea das populações historicamente excluídas e dos saberes provenientes de tais populações. No que se refere à dimensão pedagógica, o Encontro de Saberes reintroduz as artes e ofícios nas universidades – ou seja, as ciências tradicionais, as tecnologias, artes, humanidades e práticas espirituais dos mestres e mestras. Desta maneira, as cosmovisões indígenas, de matriz africana e populares confinadas à condição de objetos de estudos das ciências sociais, passam a ser fontes de saber através de um intercâmbio que potencializa a criatividade e a alegria de aprender. Tais características se opõem à produção fabril, eficientista e mercadológica dos conhecimentos acadêmicos canônicos (CARVALHO; FLÓREZ, 2014). Ainda segundo Carvalho e Flórez (2014), o projeto considera que os saberes complexos são multirreferenciais (vinculados a diversas fontes de produção e validação) e multidimensionais (com diferentes níveis de realidade, regidos por diferentes lógicas e condenando ao fracasso qualquer tentativa de se reduzir a realidade a um só nível). A partir de uma base pluriepistêmica, o Encontro de Saberes propõe a criação de protocolos de diálogo entre representantes de epistemes diversas. Percorrendo um território de horizontalidade, de incertezas e de grande potencialidade criativa, teremos, na construção de tais protocolos, alguns saberes que poderão ser considerados equivalentes, enquanto outros serão diferentes e complementares; em outros casos ainda, poderemos nos deparar com saberes incomensuráveis (Carvalho, no prelo).


Justificativa

Primeiramente, cabe destacar que dentre os objetivos da Política Nacional de Extensão, considera-se a importância de estimular as atividades cujo desenvolvimento implique relações multi, inter e/ou transdisciplinares e interprofissionais de setores da universidade e da sociedade assim mesmo como possibilitar novos meios e processos de produção, inovação e transferência de conhecimentos, permitindo a ampliação do acesso ao saber e o desenvolvimento tecnológico e social do país. Assim, considerando a Declaração Universal da UNESCO para a Diversidade Cultural, em que se evidencia que os Estados precisam tomar todas as medidas apropriadas para proteger e promover a diversidade das expressões culturais, garantindo o livre fluxo de ideias e obras. Atende-se também à demanda dos projetos pedagógicos das licenciaturas, que necessitam abordar a questão dos direitos humanos, conforme as diretrizes nacionais curriculares para a formação de professores (BRASIL, 2015). A UFVJM deve pautar pela educação pública, gratuita, laica e de qualidade, e pode possibilitar que as mestras e mestres protagonizem a circulação de seus saberes dentro do espaço universitário permite a chancela do saber dos mestres numa perspectiva de totalidade, sem a pretensão de substituir o conhecimento moderno, mas de estabelecer com ele um diálogo interepistêmico. Trata-se, pois, de a universidade romper com a disseminação da racionalidade ocidental como único referencial de conhecimento, já que este princípio se funda na lógica da dominação colonial. Ainda, de buscar descolonizar o saber universitário, construindo, promovendo e defendendo espaços concretos em que várias epistemes possam dialogar horizontalmente, numa relação de equidade. A proposta baseia-se em uma perspectiva pedagógica que integra o pensar, o sentir e o fazer, o que sublinha seu caráter vanguardista, tanto em termos teóricos quanto metodológicos se pensamos no desequilíbrio entre essas dimensões do aprendizado nos cursos vigentes, os quais hipertrofiam uma delas ao preço de atrofiar as outras duas. (CARVALHO; ÁGUAS, 2015, p.1018).


Objetivos

Objetivo Geral: Incluir na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri o diálogo com saberes pluriepstêmicos possibilitando outras modalidades de produção, transmissão e transformação de práticas e conhecimentos. Específicos: Construir um diálogo permanente entre os saberes de matrizes indígenas, afrodescendentes e populares com a produção do conhecimento científico, estabelecendo ações conjuntas com o NEABI da universidade; Ofertar atividades de extensão em regime de alternância, a fim de consolidar uma pedagogia de envolvimento entre a universidade e a comunidade; Estabelecer uma rede de articulação entre universidade, instituições, mestras e mestres, entre outros, fomentando um diálogo profundo e indissociável entre teoria e metodologia, reflexão e intervenção.


Metas

* Congregar ações que alimentem uma cartografia das mestras e mestres da tradição e cultura popular no âmbito do território de abrangência da UFVJM; * Congregar ações que apoiem a realização de eventos/ Fóruns de Diálogo com as comunidades tradicionais cartografadas/ mapeadas; * Realização de ações na comunidade, preferencialmente relacionadas às unidades curriculares ofertadas pelo Comitê Pedagógico do Encontro de Saberes na UFVJM, que poderão ser desenvolvidas na pedagogia da alternância, permitindo o intercâmbio e o fortalecimento da relação universidade-comunidade; * Redação, revisão e difusão de mapeamentos dos mestres através da construção de um acervo de referência para bibliotecas de escolas públicas e privadas, universidade, entre outros. * Discussão das ações em grupos de estudos; * Escrita de artigos e comunicação em eventos científicos; * Escrita de Relatórios Anuais à Proexc; * Diálogo contínuo com as comunidades e sujeitos envolvidos nos projetos e ações ao Programa associados.


Metodologia

Como procedimentos metodológicos voltados à Gestão contínua do Programa de Extensão Encontro de Saberes na UFVJM, estima-se: ✓ Realização de uma cartografia das mestras e mestres da tradição e cultura popular no âmbito do território de abrangência da UFVJM; ✓ Realização de ações na comunidade, preferencialmente relacionadas às unidades curriculares ofertadas pelo Comitê Pedagógico do Encontro de Saberes na UFVJM, que poderão ser desenvolvidas na pedagogia da alternância, permitindo o intercâmbio e o fortalecimento da relação universidade-comunidade; ✓ Organização de eventos/ Fóruns de Diálogo com as comunidades tradicionais de periodicidade regular. * Redação, revisão e difusão dos mapeamentos dos mestres através da construção de um acervo de referência para bibliotecas de escolas públicas e privadas, universidade, entre outros. * as atividades (tanto projetos como ações) de extensão serão construídas em diálogo com os mestres e mestras, objetivando a divulgação, fortalecimento e integração das ações concernentes ao Projeto, tais como: mostras culturais, presença de mestres e mestras em atividades acadêmicas regulares da instituição, projetos nas comunidades, produção de materiais pedagógicos, filmagem das aulas relacionadas às disciplinas ofertadas pelo Encontro de Saberes, etc.


Referências Bibliográficas

BRASIL, André; GUIMARÃES, César Geraldo; BICKEL, Cristiano Gurgel; ERRICO, Lívia de Souza Pancrácio; OLIVEIRA, Luciana de; BORTOLUS, Marcos Vinicius; MARQUEZ, Renata Moreira; MIRANDA, Shirley Aparecida de. Proposta de Formação Transversal: Saberes Tradicionais. UFMG, 2014. BRASIL. Conselho Nacional de Educação/ Conselho Pleno. Resolução 02/2015. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, 2015. CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. “Cultura” e cultura: conhecimentos tradicionais e direitos intelectuais. IN: Cultura com Aspas e outros ensaios. São Paulo, Cosac Naify, 2009. CARTA DAS CULTURAS POPULARES. Disponível em: http://culturadigital.br/setorialculturaspopulares/files/2010/02/2005-CARTA-DAS-CULTURAS-POPULARES-DE-BRASILIA-SID.pdf CARVALHO, José J.; FLÓREZ, Juliana F. Encuentro de Saberes: proyecto para decolonizar el conocimiento universitário eurocêntrico. IN: Nómadas, nº 41, 131-147, 2014 CARVALHO, José Jorge de. A Sensibilidade Modernista face às Tradições Populares. Série Antropologia. Brasília: Universidade de Brasília, 2000. CARVALHO, José Jorge de; ÁGUAS, Carla. Encontro de Saberes: um desafio teórico, político e epistemológico. Actas Colóquio Internacional Epistemologias do Sul: aprendizagens globais Sul-Sul, Sul Norte e Norte-Sul. Boaventura de Sousa Santos e Teresa Cunha (eds). V. 01. Democratizar a Democracia. 2015. COORDENADORIA DE INCLUSÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAIS (CIMOS) - MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS (MPMG). (org.). Cartilha Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais. s/d. DECRETO Nº 6.177, DE 1º DE AGOSTO DE 2007. Promulga a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, assinada em Paris, em 20 de outubro de 2005. Diário Oficial da União - Seção 1 - 2/8/2007, Página 3. DECRETO Nº 5.051, DE 19 DE ABRIL DE 2004. Promulga a Convenção no 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais. GUIMARÃES et al. Por uma universidade pluriepstêmica: a inclusão de disciplinas ministradas por mestres dos saberes tradicionais e populares na UFMG. Tessituras, Pelotas, v. 4, n. 2, p. 179-201, jul./dez. 2016. INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR E NA PESQUISA (INCTI/UNB/CNPq). Encontro de Saberes: bases para um diálogo interepstêmico. Brasília, 2005. LEI 11.645/2008, que alterou a LEI 10.639/2003 e que obriga o ensino da Cultura Afrobrasileira e da História da África e o ensino das Culturas Indígenas no ensino básico. LEIS DE MESTRES, já vigentes em sete estados federais. Programa Mais Cultura nas Escolas. Programa Mais Cultura nas Universidades. SANTOS, Antônio Bispo. Colonização, Quilombos: Modos e Significações. 02 ed. Brasília: Editora Ayô, 2019. WALSH, Catherine; TAPIA, Luis; VIAÑA, Jorge. Construyendo Interculturalidad Crítica. Bolívia: Instituto Internacional de Integración del Convenio Andrés Bello, 2010.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

As atividades (tanto projetos como ações) de extensão serão construídas em diálogo com os mestres e mestras, objetivando a divulgação, fortalecimento e integração dos sujeitos e das ações concernentes ao Programa. Para tal, pretendemos a realização de mostras culturais, presença de mestres e mestras em atividades acadêmicas regulares da instituição, projetos com as comunidades, produção de materiais pedagógicos, filmagem das aulas relacionadas às disciplinas ofertadas pelo Encontro de Saberes, etc.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

Segundo o Documento desenvolvido como base para a difusão do Encontro de Saberes nas instituições Pró- Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFVJM) - Página 7 de 12de ensino superior (INCTI, 2005), este deve ser atravessado por alguns fundamentais pressupostos que devem orientar sua implementação, entre eles, a indissociabilidade entre teoria e metodologia, bem como reflexão e intervenção. O Programa aqui apresentado é um dos pilares da Comissão Encontro de Saberes na UFVJM. Além de ações de extensão, a Comissão é responsável por disciplinas ofertadas em caráter optativo/livre na pós graduação, com vagas disponibilizadas à comunidade externa. A mesma desenvolve ainda atividades de pesquisa, através de projetos inscritos na PRPPG, assim como estimulando a presença de mestras e mestres da tradição como coorientadores de TCCs, dissertações e teses, assim como avaliadores em bancas de defesa e qualificação.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

O Programa aqui apresentado está vinculado à Comissão Encontro de Saberes na UFVJM. No âmbito da pesquisa, atualmente contamos com três projetos de pesquisa registrados na PRPPG/UFVJM; e com parceria com o Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos em Literaturas, Artes e Saberes (NELAS/UFVJM/CNPq). No âmbito da extensão já foram desenvolvidas várias ações e contamos hoje com dois projetos registrados na Proexc e mais um importante histórico de ações. Também é papel da Comissão a oferta de disciplinas no âmbito da pós-graduação (com abertura de vagas para a comunidade externa e alunos da graduação). em 2019 ofertamos a disciplina Artes da Cura em parceria com o Programa de Pós Graduação Saúde, Sociedade e Ambiente (SASa/UFVJM) e que contou com a matrícula e participação de várias pessoas da Comunidade Externa.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Primeiramente cabe ressaltar que a Comissão Encontro de Saberes na UFVJM possui em sua formação, docentes, servidores técnico administrativos, comunidade externa e discentes da graduação representantes de movimentos e comunidades tradicionais. Estes participam de reuniões, construção de projetos, organização e execução de várias das ações perpetradas pela comissão. Desse modo, com envolvimento direto nas frentes continuamente abertas no âmbito da pesquisa, do ensino e da extensão.


Impacto e Transformação Social

Cabe salientar desde já que o Encontro de Saberes contempla metas e objetivos postos no atual Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI/UFVJM 2017-2021), tais como: "o incentivo à relação entre a comunidade universitária e a sociedade para o desenvolvimento e sustentabilidade da Pesquisa e Pós-graduação; o estabelecimento de relações entre a Universidade e os diversos setores da sociedade; a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade regional; a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade; a valorização da diversidade cultural; a efetiva indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão; a qualificação da extensão e do impacto das ações de extensão na sociedade e na própria instituição; no aprofundamento da cultura da extensão junto à comunidade universitária". Tendo em vista que as universidades precisam se envolver mais com as comunidades de origem, promovendo inserção e transformação social, conforme apontam diretrizes para avaliação da pós-graduação pela CAPES, o Encontro de Saberes possibilita uma formação intercultural aos estudantes da universidade, fortalecendo uma concepção de formação transversal, isto é, aquela que perpassa todos os cursos, não sendo “propriedade” de nenhuma área de conhecimento específica, mas antes promovendo uma tessitura de saberes, de práticas e de um espírito crítico sobre grandes questões da humanidade. Essa formação intercultural, recuperando as reflexões da equatoriana Catherine Walsh (2010), não se resume a uma perspectiva funcional. Ao contrário, aqui defendemos, como ela, uma interculturalidade crítica que se preocupa com a exclusão, negação e subalternização ontológica e epistêmico-cognitiva de grupos e sujeitos racializados pelas práticas de desumanização e subordinação de conhecimentos que privilegiam uns a outros, naturalizando a diferença e ocultando as desigualdades que se estruturam e mantém em seu interior.


Divulgação

Cartaz, Internet. Rádio Universitária. Boletins de Divulgação, materiais de apoio pedagógico fruto das disciplinas e projetos desenvolvidos. Livros e outros produtos serão prioritariamente publicados no formato on-line. Espera-se até o término de 2021 lançarmos um site/ blog para facilitar nossa comunicação.


Informações Complementares

O Programa aqui submetido na verdade é uma transposição do Programa registrado no Sigproj em 16 de setembro de 2019: 339982.1864.95118.16092019. Desse modo, faz-se importante registrar que ele está em atividade desde esta data. Avaliação: Pelo Público Alvo: Deverá haver momentos/ rodas de diálogo a serem promovidos pela equipe executora do projeto juntamente com as mestras e mestres e comunidades envolvidas para a devida avaliação, enriquecimento constante do programa e a apropriação dos mapeamentos e desdobramentos das atividades por todos os envolvidos. Pela Equipe: a avaliação do projeto pela equipe executora será realizada a partir de reuniões semanais para reflexão e intercâmbio de informações e experiências.


Público-alvo

Descrição

Espera-se uma media de impacto sobre cerca de 550 pessoas envolvidas indiretamente (entre comunidade acadêmica e externa, movimentos sociais, secretarias municipais de cultura e educação, espaços culturais, instituições patrimoniais federais e estaduais) em 01 ano.

Descrição

Espera-se uma media de impacto sobre cerca de 250 pessoas envolvidas diretamente em seus projetos e ações de extensão (entre mestras e mestres da tradição, comunidade acadêmica e externa).

Descrição

Estudantes, graduandos e pós graduandos, quilombolas, indígenas e campesinos da UFVJM; Mestras e Mestres da tradição e cultura popular no território de abrangência da universidade.

Descrição

Docentes integrantes da Comissão Encontro de Saberes na UFVJM

Descrição

Servidores integrantes da Comissão Encontro de Saberes na UFVJM

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Município

Serro - MG

Município

Turmalina - MG

Município

Almenara - MG

Município

Araçuaí - MG

Município

Capelinha - MG

Município

Pedra Azul - MG

Município

Minas Novas - MG

Município

Chapada do Norte - MG

Município

Jenipapo de Minas - MG

Município

Jequitinhonha - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

O Núcleo de Estudos em Literaturas, Artes e Saberes (NELAS/UFVJM/CNPq), é parceiro do Programa de Extensão “Encontro de Saberes: construindo pontes e ações entre os saberes de matrizes indígenas, afrodescendentes e populares com a produção do conhecimento científico”, através de suas linhas de pesquisa e ações pautadas na indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 192 h

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Congregar ações que alimentem uma cartografia das mestras e mestres da tradição e cultura popular no âmbito do território de abrangência da UFVJM;

Carga Horária 8 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Escrita de projetos para submissão em editais de captação de recursos

Carga Horária 20 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Congregar ações que apoiem a realização de eventos/ Fóruns de Diálogo com as comunidades tradicionais cartografadas/ mapeadas

Carga Horária 36 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Realização de ações com a comunidade, preferencialmente relacionadas às unidades curriculares ofertadas pelo Comitê Pedagógico do Encontro de Saberes na UFVJM, que poderão ser desenvolvidas na pedagogia da alternância, permitindo o intercâmbio e o fortalecimento da relação universidade-comunidade

Carga Horária 48 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Redação, revisão e difusão de mapeamentos dos mestres através da construção de um acervo de referência para bibliotecas de escolas públicas e privadas, universidade, entre outros

Carga Horária 24 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Discussão das ações em grupos de estudos

Carga Horária 36 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Escrita de artigos e comunicação em eventos científicos

Carga Horária 16 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Escrita de Relatórios Anuais à Proexc