Visitante
Para Marias e Teresas: incentivando meninas nas Ciências, Tecnologias e Engenharias
Sobre a Ação
202203000329
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
24/01/2023
31/12/2023
Dados do Coordenador
anamaria de oliveira cardoso
Caracterização da Ação
Engenharias
Educação
Trabalho
Temas específicos / Desenvolvimento humano
Municipal
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Sim
Redes Sociais
Youtube: https://www.youtube.com/@paramariasteresas3016
Membros
As mulheres têm uma grande contribuição no desenvolvimento científico das Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática (Science, Technology, Engineering and Mathematical -STEM) porém, representam cerca de um terço dos matriculados nos cursos superiores dessas áreas. Além disso, esse percentual de participação é menor ainda no mercado de trabalho e em posições de liderança. Para que este cenário seja modificado é preciso desenvolver ações que não apenas incentivem meninas a ingressarem em curso
Mulheres, Divulgação Científica, Educação, Ciência, Equidade de gênero
As mulheres representam o maior percentual de vagas ocupadas no ensino superior, porém esse crescimento significativo não pode ser visto quando se analisa cursos nas áreas de STEM. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres representam apenas 35% dos estudantes matriculados na STEM nas Universidades. O porcentual é ainda menor nas engenharias de produção, civil e industrial e em tecnologia, não chegando a 28% do total (Bello e Estébanez, 2022). Este cenário se deve, entre diversos fatores, à cultura, que perpetuou até o início do século XX, de que estas áreas eram atividades impróprias para as mulheres, através de uma construção histórica, social e cultural de que as características predominantes do estereótipo masculino que seriam adequadas para o bom desempenho em profissões destes segmentos (Chassot, 2004; Lombardi, 2005). A temática tem sido foco de estudo de diversos trabalhos ao longo dos últimos anos (Hayashi et al, 2007; Lombardi, 2005; C. M. B. Machado e Machado, 2021; Mendonça et al, 2014), particularmente na extensão universitária, fomentando discussões e ações para promover a equidade de gênero e incentivo ao ingresso de meninas nos cursos da área (F. Machado et al., 2018; Torres et al., 2017). Diante deste cenário, o projeto “Para Marias e Teresas: incentivando meninas nas Ciências, Tecnologia e Engenharia” busca promover ações junto às escolas públicas e privadas de Diamantina e região para incentivar o ingresso de meninas em carreiras ligadas a estas áreas, além de promover oportunidades para o desenvolvimento e fortalecimento de mulheres que já estão nos cursos da área de STEM oferecidos pela UFVJM. O projeto visa também incentivar e promover o trabalho de mulheres que impactam o desenvolvimento da Ciência e Tecnologia no Brasil e no mundo, incluindo pesquisas científicas e ações que promovem a equidade de gênero na Universidade e no Mercado de Trabalho.
O impacto da participação feminina no desenvolvimento científico e tecnológico é inegável, entretanto, a divulgação e incentivo a esta participação ainda é precário (Chassot, 2004). Segundo dados do INEP, as mulheres correspondem a 56,95% dos matriculados nos cursos superiores do Brasil (INEP, 2018), sendo a grande maioria, cerca de 95% nas áreas de humanas e saúde. Enquanto, nas áreas de matemática, engenharia, produção e construção, a participação feminina está abaixo de 13% (Nascimento, 2017). Ao longo dos últimos anos, há um crescente movimento com o objetivo de romper os padrões culturais e sociais, evidenciando a participação feminina pouco expressiva, principalmente quando analisam-se as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, o que se deve em grande parte à visão de estereótipos de gênero associados a determinadas profissões que ainda persiste (Tan-Wilson; Stamp, 2015). De um modo geral, meninas que se destacam nessas áreas têm seu sucesso associado ao esforço, enquanto meninos são tidos como inteligentes (Chassot, 2004). A falta de incentivo à participação feminina em carreiras científicas é um dos principais fatores que contribuem para este cenário. Além disso, obstáculos à progressão de carreira, geralmente sustentados pela forte expectativa social sobre o momento adequado para a “formação de uma família” e maternidade, bem como falta de apoio institucional para o enfrentamento desses desafios, sobrecarga feminina em virtude da maior responsabilidade pelo trabalho doméstico, assédio sexual e outras violências de genêro e obstáculos à liderança profissional e tomada de decisões são fatores relevantes na diminuição da participação efetiva de mulheres nas áreas de STEM (Bello e Estébanez, 2022). Para que ocorra a mudança desse cenário, faz-se necessário o desenvolvimento de ações que divulguem a participação feminina nessas áreas, iniciando sua atuação desde o ensino fundamental e médio. É fundamental a realização de ações que levem ao conhecimento das discentes os resultados da participação feminina no desenvolvimento científico e tecnológico mundial, além da possibilidade de atuar nas carreiras científicas nas áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharia como este projeto. Adicionalmente, é importante atuar junto às discentes dos cursos de graduação da UFVJM reforçando a importância da participação destas no mercado de trabalho enquanto egressas. Deve-se incentivar as discentes, ainda na graduação, a desenvolverem habilidades e competências para a atuação em cargos de lideranças, vencendo os desafios que os estereótipos de gênero promovem e elucidando-as que, enquanto mulheres atuantes nestas áreas no mercado de trabalho, é de extrema relevância que estas apoiem e incentivem ações que promovam condições para que outras mulheres também possam conquistar seus espaços.
Objetivo geral: Promover ações para incentivar o ingresso de meninas das escolas públicas e particulares de Diamantina e região em cursos das áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharias. Além de incentivo, divulgação e realização de ações que promovam a equidade de gênero e o fortalecimento da participação feminina em carreiras na Universidade e Indústria. Objetivos específicos: - Incentivar o ingresso de mulheres nos cursos das áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharias da UFVJM; - Promover o desenvolvimento de habilidades e competências nas discentes já atuantes nestes cursos para seu ingresso e permanência no mercado de trabalho; - Divulgar ações que promovam a equidade de gênero nas carreiras das áreas de Ciências, Tecnologias e Engenharias, bem como o impacto da atuação de mulheres no desenvolvimento científico e tecnológico do país.
Elaboração de material de divulgação com levantamento e análise de dados entre alunas das escolas públicas e particulares da região sobre aspectos das carreira nas áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharias. Elaboração de material de divulgação com levantamento e análise de dados sobre a presença feminina nos cursos de graduação da UFVJM das áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharias e a atuação destas mulheres na pesquisa, ensino, extensão e administração da Universidade. Promoção de, no mínimo 1 (um) curso de formação complementar na área de STEM, direcionado aos discentes do ensino médio das escolas particulares e públicas de Diamantina. Organização de uma exposição/feira para a apresentação dos cursos destas áreas ofertados na UFVJM para os discentes das escolas particulares e públicas de Diamantina e região. Criação de conteúdo para divulgação em redes sociais do projeto e de ações voltadas para a promoção da participação de mulheres nas áreas do projeto. Promoção de pelo menos 2 (dois) eventos, um por semestre letivo, de ciclos de palestras, oficinas e/ou mesas redondas sobre temáticas relevantes para a equidade de gênero e impacto da participação feminina no desenvolvimento científico e tecnológico do país.
O projeto, em seu segundo ano, iniciará a elaboração de ações diversas, com foco no perfil verificado nas visitas realizadas às escolas no ano de 2022 para apresentação do ICT e da UFVJM em diferentes escolas. Observou-se, após o contato inicial com escolas das redes públicas e privadas de ensino médio, que têm-se dois públicos distintos: discentes que compreendem e já almejam ingressar no ensino superior, mesmo que não necessariamente na área de STEM, e discentes que não veem o ingresso no ensino superior como uma possibilidade concreta, menos ainda em cursos da área de STEM. Considerando estas duas realidades, entende-se que visitas aos laboratórios do ICT seriam ações interessantes para o primeiro grupo, uma vez que eles já têm a ambição de ingressar na Universidade. Para o segundo grupo, estas visitas poderiam não ter o efeito esperado, uma vez que eles não veem isto como uma possibilidade para o seu futuro. Para estes discentes, ações dentro da escola de apresentação dos cursos, com atividades relacionadas às áreas de STEM e associadas a sua vivência podem aproximar mais o estudante desta possibilidade. Para ambos os grupos, ações como dinâmicas, palestras, mostras, oficinas e workshops de modo a trabalhar tópicos como estereótipos de gênero nas profissões, impacto feminino no desenvolvimento tecnológico e científico mundial e apresentação de profissões ligadas a estas áreas seriam desenvolvidas, iniciando, assim, um debate importante para a equidade de gênero. Com o apoio de docentes da UFVJM das mais diversas áreas, serão ofertadas oficinas abordando, também, experimentos de Física, Química, Matemática e Biologia de modo a estimular o interesse dos discentes das escolas por tais áreas. Ao fim destas ações, serão aplicadas ferramentas avaliativas de modo a quantificar o impacto destas nos participantes. Paralelamente, as redes sociais do projeto (Instagram, Linkedin, Facebook, entre outros) continuariam a ser alimentadas com quadros para divulgação de notícias e curiosidades sobre a participação feminina nas Ciências, Tecnologia e Engenharias. O monitoramento dessas redes permite que se possa verificar o alcance das mesmas entre o público-alvo, definindo o tipo de postagem que alcança cada faixa etária e direcionando o conteúdo de acordo com as preferências e interesses dos seguidores, aliados aos objetivos do projeto. Além disso, o projeto promoverá palestras, oficinas e rodas de conversa para discentes dos cursos destas áreas da UFVJM, com a participação de mulheres atuantes na pesquisa, Universidades e indústria, de modo a possibilitar o desenvolvimento de habilidades e competências nessas discentes para ingressarem no mercado de trabalho, com temáticas acerca do tema do projeto.
BELLO,A. ESTÉBANEZ, M.E. Uma equação desequilibrada: aumentar a participação das mulheres na STEM na LAC. UNESCO. 2022 CHASSOT, A. A ciência é masculina? É, sim senhora!... Revista Contexto & Educação, v. 19, n. 71–72, p. 9–28, 2004. HAYASHI, M. C. P .I. et al. Indicadores da participação feminina em Ciência e Tecnologia. TransInformação, v. 19, n. 2, p. 169–187, 2007. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Sinopse Estatística da Educação Superior 2018. . Brasília:Inep: [s.n.], 2018. Disponível em: <http://inep.gov.br/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior>. Acesso em: 18 jul. 2018. LOMBARDI, M. R. Perseverança e Resistência: a Engenharia como profissão Feminina. 2005. 292 f. 2005. MACHADO, C. M. B.; MACHADO, T. T M. B. Mulheres na engenharia e descolonialismo. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 3, p. 24241–24256, 2021. MACHADO, M. C. F.; SOUZA, M. A. ; MELLO-CARPES, P. B. Mulheres na Ciência: divulgando possibilidades de carreira científica com escolares. Revista Ciência em Extensão, v. 14, n. 1, p. 43–53, 2018. MENDONÇA, L. K. NASCIMENTO, T. R. L.; SILVA, R. M. Mulheres na Engenharia: desafios encontrados desde a Universidade até o chão de fábrica na Engenharia de Produção na Paraíba. 2014, Recife/PE: [s.n.], 2014. p. 3501–3512. NASCIMENTO, J. D. Mulheres nos cursos de Engenharia da UFBA: um estudo sobre o acesso e desempenho. 2017. 269 f. 2017. TAN-WILSON, A.; STAMP, N. College Students’ Views of Work–Life Balance in STEM Research Careers: Addressing Negative Preconceptions. CBE – Life Sciences Education, v. 4, n. 3, p. 1–13, 2015. TORRES, K. B. V. et al. Inclusão das Mulheres nas Ciências e Tecnologias: ações voltadas para a educação básica. Expressa Extensão, v. 22, n. 2, p. 140–156, 2017.
Através da interação entre a equipe do projeto e as escolas públicas e privadas de Diamantina e região, pretende-se estruturar as ações de acordo com as demandas apresentadas pelas discentes destas escolas. O diálogo entre docentes, discentes e equipe executora do projeto permite avaliar o real impacto das atividades ofertadas na visão do público-alvo do projeto. Além disso, a ação estimula que estas discentes busquem os cursos de graduação das áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharia da UFVJM, proporcionando um maior interesse da própria comunidade local nas possibilidades de ensino ofertadas pela Universidade e a longo prazo, uma mudança no perfil dos discentes dos cursos da UFVJM nestas áreas.
Neste projeto, a interdisciplinaridade e interprofissionalidade estão caracterizadas nas ações a serem realizadas, uma vez que as mesmas não têm o foco específico para um único curso. As ações do projeto permitirão às discentes envolvidas no projeto elaborarem oportunidades para o público-alvo compreender e associar conhecimentos de diversas disciplinas com a atuação profissional nas áreas de Ciências, Tecnologia e Engenharias. Além disso, a discussão em torno do estereótipo de gênero nas profissões atravessa aspectos históricos, culturais e sociais. Nesse sentido, a execução do projeto necessita que tais aspectos sejam compreendidos a fim de compreendermos o atual cenário e propor ações efetivas para sua mudança.
A indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão pode ser percebida tanto na elaboração de conteúdo para as redes sociais, que exigirá intenso processo de pesquisa além de interação com o público-alvo para levantamento de demandas de modo a direcionar as temáticas acerca do conteúdo a ser divulgado, quanto na elaboração das ações a serem desenvolvidas nas escolas públicas e particulares de Diamantina, que exigem elaboração de atividades que despertem o interesse das discentes envolvidas, com realização de pesquisas para elaboração da ação, verificação junto ao público-alvo do impacto da ação e levantamento de demandas para elaboração das ações posteriores e práticas de ensino para orientação de cada uma dessas ações.
O discente participante da equipe executora terá a possibilidade de desenvolvimento de habilidades como a capacidade de trabalhar em equipe, elaboração de conteúdo para mídias digitais, além de estímulo à criatividade para a elaboração das ações e conteúdos de divulgação. Porém, como aspecto mais relevante, estas discentes terão a possibilidade de compreender de modo intenso e aprofundado o impacto dos estereótipos de gênero em suas próprias carreiras, proporcionando a estas autonomia e iniciativa para incentivar e criar ações que impactem não apenas a sua própria atuação e crescimento, mas da comunidade na qual estarão inseridas num futuro próximo.
A região em que Diamantina está inserida no Vale do Jequitinhonha caracteriza-se por ser uma região de recursos escassos e pobreza intensa. Muitas alunas do ensino médio não têm conhecimento das possibilidades que a Universidade pode oferecer e de maneira geral, é uma região cujo estímulo à participação de mulheres em carreiras nas áreas tecnológicas é ainda muito escasso por questões culturais e sociais, principalmente ligadas à imagem de mulher como cuidadora. O projeto traz a estas meninas outra perspectiva, incentivando-as a buscarem novas oportunidades, o que pode trazer grandes transformações para a região com egressas nestas áreas que possam focar no desenvolvimento tecnológico e científico do próprio município. Além disso, conhecer estes aspectos culturais e sociais, possibilita, no contato destas discentes com mulheres de seu convívio social, uma mudança no pensamento de construção social, quando estas têm conhecimento das possibilidades, oportunidades e capacidades de outras mulheres.
A ação será divulgada a partir de perfis nas redes sociais (Instagram, Facebook , entre outros)
Público-alvo
Mulheres matriculadas no ensino médio e fundamental das escolas públicas e privadas de Diamantina
Mulheres matriculadas nos cursos da área de STEM da UFVJM e demais membros da comunidade acadêmica que tenha interesse nas temáticas desenvolvidas pelas ações do projeto
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 720 h
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- Tarde;
Reuniões para discussão e direcionamento das ações a serem desenvolvidas
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- Tarde;
Planejamento e organização das atividades a serem executadas junto ao público alvo
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- Tarde;
Mostra de apresentação a ser realizada nas escolas públicas com atividades relacionando os conteúdos básicos de Química, Física, Biologia e Matemática com atividades cotidianas de modo a despertar o interesse dos discentes.
- Manhã;
- Tarde;
Realização de visita técnica dos discentes das escolas particulares aos laboratórios do ICT a fim de apresentar as possibilidades e estrutura da Universidade
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Organização de palestras, workshops, oficina e mesas redondas para as discentes dos cursos das áreas de Ciências, Tecnologias e Engenharias da UFVJM a fim de promover debates sobre a equidade de gêneros nas carreiras e obstáculos que as mulheres podem enfrentar no mercado de trabalho
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Preparação e divulgação de material sobre a participação feminina no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil e mundial nas redes sociais
- Manhã;
- Tarde;
Elaboração e aplicação de ferramentas de avaliação do impacto das ações realizadas no público-alvo do projeto apos a realização das atividades
- Manhã;
- Tarde;
Preparação de oficina/minicurso a ser ministrada para meninas matriculadas no ensino médio em escolas públicas e particulares de Diamantina
- Manhã;
- Tarde;
Realização de oficina para meninas do ensino médio de escolas pública e particulares de Diamantina
- Manhã;
- Tarde;
Elaboração de relatório final de atividades e artigos/ relatos de experiências ou outros para divulgação dos resultados