Detalhes da ação

Planejamento Familiar para Pacientes Dialíticas do Vale do Jequitinhonha

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203000335

Tipo da Ação

Projeto

Situação

RECOMENDADA :
CONCLUÍDA - ARQUIVADA

Data Inicio

01/03/2023

Data Fim

01/11/2023


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

juliana augusta dias

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências da Saúde

Área Temática Principal

Saúde

Área Temática Secundária

Educação

Linha de Extensão

Saúde Humana

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Manhã

Atividades nos Fins de Semana

Não

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 400 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 400 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 120 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 120 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 100 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 400 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 100 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 100 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 400 h
Resumo

A Doença Renal Crônica (DRC) se caracteriza por perda progressiva da capacidade dos rins de filtrar o sangue e manter a homeostase. Sua progressão culminará na demanda de Terapia Renal Substitutiva (TRS), que consiste em diálise ou transplante de rim. Nessas condições, as gestantes com DRC correm o risco de desfechos maternos e fetais desfavoráveis. Por isso, percebe-se a importância do Planejamento Familiar em mulheres que necessitam de TRS, visando garantir uma assistência integral à saúde.


Palavras-chave

Terapia Renal Substitutiva; Doença Renal Crônica; Hemodiálise; Planejamento Familiar.


Introdução

A insuficiência renal é definida quando os rins não são capazes de remover os produtos da degradação metabólica do corpo, ou de realizar as funções reguladoras. Essas substâncias que deveriam ser eliminadas na urina se acumulam nos líquidos corporais e causam alterações nas funções endócrinas, metabólicas e hidroeletrolíticas. Trata-se de uma doença sistêmica, e consiste na via final de muitas doenças do rim e do trato urinário (RIBEIRO, R.C.H.M et al, 2008). A Doença Renal Crônica (DRC), caracteriza-se, portanto, como um diagnóstico sindrômico, em que há perda progressiva e irreversível da capacidade dos néfrons de filtrar o sangue e manter a homeostase, culminando na perda das funções renais. Como consequência disso, está associada a altas taxas de morbidade e mortalidade em âmbito mundial (AGUIAR, L.K et al, 2020) e compreende-se como um grave problema de saúde pública. Com o envelhecimento da população, epidemias de obesidade, diabetes mellitus, hipertensão arterial e outros fatores de risco associados, o número de portadores de DRC vem aumentando progressivamente. Dados recentes indicam que 10% da população adulta apresenta algum grau de disfunção renal e cerca de 70% desconhece esse diagnóstico (SESSO RCC, et al, 2009). A progressão da DRC em grande parte das vezes culminará na demanda de uma Terapia Renal Substitutiva (TRS) que, em termos práticos, consiste em diálise peritoneal, hemodiálise e transplante de rim. Neste momento, no Brasil, existem em torno de 100.000 pessoas que necessitam dessa terapia, e segundo os dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de 90% desses pacientes se encontram em hemodiálise (SANTOS DR, et al, 2014.) A população feminina portadora de DRC possui demandas específicas principalmente no que tange às alterações fisiológicas da gravidez, que causam maior demanda da função renal, como resultado do aumento da filtração glomerular. Alterações nos mecanismos renais, como ocorre na DRC, podem causar distúrbios na regulação do volume plasmático, amniótico e do crescimento fetal. Nessas condições, as gestantes com DRC correm o risco de desfechos maternos e fetais desfavoráveis mesmo em estágios iniciais da doença: abortamento, trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia (PE), eclâmpsia, síndrome HELLP, crescimento intrauterino restrito (CIUR), e progressão para doença renal em estágios mais avançados. Essas complicações têm o risco aumentado de acordo com o grau de estadiamento da doença renal, bem como comorbidades associadas (HLADUNWICH MA, et al, 2020). Somado a isso, o crescimento de diagnósticos da DRC durante a gestação tem colaborado para o aumento da prevalência de gestações complicadas por essa lesão renal (WEBSTER P, et al, 2017). O Planejamento Familiar é definido como “o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal”, na Lei nº 9.263/ 1996. Constitui-se, portanto, em políticas que garantem os direitos sexuais e reprodutivos reconhecidos legalmente. Desse modo, a atenção em saúde reprodutiva é uma ação básica de saúde. Por tudo isso, percebe-se a importância do Planejamento Familiar em mulheres que necessitam de Terapia Renal Substitutiva, visando proporcionar políticas de assistência integral à saúde, promovendo a saúde sexual e a saúde reprodutiva, através do aconselhamento e acompanhamento dessas mulheres, para que possam tomar decisão informada acerca de sua constituição de prole. Finalmente, tendo em vista a primeira diretriz do Plano Nacional de Extensão, a qual estabelece como indissociável o ensino, a pesquisa e a extensão, os discentes estarão aptos a integrar os conhecimentos sobre planejamento familiar adquiridos no meio acadêmico com as demandas da comunidade, de forma supervisionada. A partir disso, é possível manter uma ponte entre as intuições públicas de ensino e a sociedade. Corroborando, portanto, para a efetivação das universidades federais como “instituições criadas para atender às necessidades do país” (SANTOS, 2000/2001, p.2).


Justificativa

O Planejamento Familiar permite que os indivíduos engravidem no momento do seu desejo, o que impacta diretamente em sua saúde, no seu bem-estar, e no desfecho de cada gestação. É importante dizer, também, que este planejamento permite um espaçamento adequado entre gestações e um atraso da gravidez em mulheres jovens e em mulheres com comorbidades que podem ser prejudiciais à gestação, reduzindo riscos de problemas de saúde e de morbimortalidade materna e infantil. Dessa forma, o Planejamento Familiar é uma estratégia essencial, que auxilia no plano gestacional com o objetivo de garantir que as mulheres tenham gestações mais seguras (MOURA, L.N.B,et al, 2014). A necessidade de acesso universal à saúde reprodutiva foi reconhecida como essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O conceito de saúde reprodutiva implica que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo (Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, 1994). No Brasil, o Planejamento Familiar foi instituído a partir da Lei Nº 9263 de 1996, sendo um direito de todo cidadão, e orienta-se por ações preventivas e educativas, com a garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade (BRASIL, 1996). A gestação é um fenômeno ­fisiológico e, por isso, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. Apesar desse fato, há uma parcela de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrem algum agravo ou desenvolvem problemas, e apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto quanto para a mãe (BRASIL, 2012). Essa parcela constitui o grupo chamado de “gestantes de alto risco”. Esta visão do processo saúde-doença, denominada Enfoque de Risco, fundamenta-se no fato de que nem todos os indivíduos têm a mesma probabilidade de adoecer ou morrer, sendo tal probabilidade maior para uns que para outros. Essa diferença estabelece um gradiente de necessidade de cuidados que vai desde o mínimo, para os indivíduos sem problemas ou com poucos riscos de sofrerem danos, até o máximo necessário para aqueles com alta probabilidade de sofrerem agravos à saúde (BRASIL, 2012). A gravidez é um período que requer inúmeras adaptações fisiológicas do organismo materno. No que tange ao sistema renal, pode-se citar as modificações na taxa de filtração glomerular e na excreção de vários produtos, que interferem diretamente nas condições de manutenção e desfechos da gravidez. Assim, mesmo em estágios iniciais da doença renal crônica (DRC), as mulheres correm o risco de desfechos maternos e fetais adversos, como falha na gravidez, pré-eclâmpsia (PE)/hemólise, elevação de enzimas hepáticas e síndrome de plaquetopenia (HELLP), restrição de crescimento fetal (CIUR), parto prematuro (PP) e progressão para doença renal em estágio terminal (DRT) (GOUVEIA IF, et al, 2020). Promover a maternidade segura é um compromisso do Ministério da Saúde e sociedade. A morbimortalidade materna e perinatal continuam ainda muito elevadas no Brasil, principalmente no que tange às mulheres portadoras de DRC, e sabe-se que a maioria das mortes e complicações que surgem durante a gravidez, parto e puerpério são preveníveis, mas para isso é necessária a participação ativa do sistema de saúde, de maneira interdisciplinar (BRASIL, 2012). Conforme o Portal da Diálise (2016), a percentagem de mulheres grávidas em diálise é em torno de 0,3 a 1,5% das gestantes por ano. Apesar de ocorrer aborto espontâneo em 50% dos casos, principalmente durante o segundo trimestre, com uma vigilância mais incisiva, a percentagem de nascidos vivos aumentou para 40-50%, com uma taxa de mortalidade neonatal de 8 a 13%. Embora a taxa de gestações bem-sucedidas na DRC tenha melhorado ao longo dos anos, é essencial levar em consideração o alto número de gestações complicadas por PP, hipertensão, pré-eclâmpsia e CIUR, mesmo após o transplante renal, e aplicar as medidas corretas para diminuir esses riscos (GOUVEIA IF, et al, 2020). Além disso, alguns dos medicamentos usados em mulheres com DRC para retardar a progressão da doença renal, tratar hipertensão ou surtos de doenças subjacentes específicas, também podem ser prejudiciais para o feto e alguns causam um padrão demonstrado de malformações. Diante disso, o planejamento reprodutivo, orientado e acompanhado por equipe multidisciplinar capacitada, desempenha um papel indispensável na redução da morbimortalidade dessa população, através da orientação sobre as inúmeras formas de evitar a gravidez para aquelas que não desejam aumento da prole. Em contrapartida, a equipe também é essencial na identificação do período ideal em que a função renal da mulher está estabilizada, suas medicações estão adequadas, outras comorbidades estão controladas e o desejo de aumentar a prole esteja presente, associados a orientação e acompanhamento dos profissionais da saúde (GOUVEIA IF, et al, 2020.) O presente trabalho atuará no aconselhamento acerca dos riscos da gravidez na DRC e no estímulo à contracepção e ao planejamento pré-concepcional, a fim de elucidar os possíveis desfechos gestacionais para as mulheres dialíticas em idade fértil, proporcionando conhecimento para que façam uma escolha segura, baseada em conhecimento científico e com acompanhamento de profissionais capacitados. Além disso, a partir dessa intervenção, é possível que os discentes envolvidos solidifique seus conhecimentos por meio da aplicação prática dos seus conhecimentos teóricos, além da aprendizagem promovida pela inserção supervisionada por profissionais capacitados na comunidade e no sistema de saúde, permitindo também realizar uma educação continuada com a equipe multidisciplinar do centro de hemodiálise de Diamantina, desde técnicos até médicos especialistas, os quais, posteriormente, poderão promover a manutenção do Planejamento Familiar com esse público.


Objetivos

Objetivo geral: Promover conhecimento acerca do planejamento familiar para as pacientes em Terapia Renal Substitutiva no Hospital Santa Casa de Caridade de Diamantina/Minas Gerais (SCCD). Objetivos específicos: - Proporcionar informações acerca dos métodos contraceptivos recomendados para portadoras de DRC; - Informar sobre como utilizar corretamente os diversos métodos contraceptivos; - Esclarecer as principais dúvidas sobre planejamento familiar; - Encaminhar as participantes que desejarem passar por consulta de Planejamento Familiar para o Ambulatório de Planejamento Reprodutivo da UFVJM; - Inserir os discentes participantes na realidade de saúde da população; - Incentivar os discentes participantes a estabelecerem correlações teórico-práticas dos conteúdos estudados e aplicados durante a execução do projeto.


Metas

- Contribuir para o conhecimento de 100% da população-alvo acerca do planejamento familiar; - Possibilitar a maior eficácia dos métodos contraceptivos pelo uso ideal através da orientação sobre a utilização correta destes para 100% das participantes; - Estimular a escolha do melhor método contraceptivo por 100% das participantes, caso seja de interesse da pacientes; - Impactar positivamente na qualidade de vida de todas as pacientes, estimulando o planejamento reprodutivo; - Proporcionar aprendizagem teórico-prática para 100% dos discentes participantes do projeto; - Promover educação continuada de forma multiprofissional através do contato entre alunos e serviços de saúde.


Metodologia

O presente projeto de extensão terá como objetivo a educação e a facilitação do acesso à informação e às consultas de Planejamento Familiar para mulheres em tratamento com TRS na SCCD, o qual abrangerá toda a população da macrorregião de saúde que utiliza o serviço de hemodiálise da cidade, totalizando 283.000 habitantes de acordo com dados coletados por Oliveira (2020). Atualmente, tendo como base dados do sistema da Santa Casa de Saúde de Diamantina (2022), há 146 pacientes em uso contínuo do serviço, sendo 59 mulheres. Inicialmente, os discentes envolvidos no projeto realizarão revisão de literatura semanalmente, a fim de solidificar o conhecimento sobre a temática e estabelecer correlação téorico-prática. Além disso, receberão capacitação sobre Planejamento Familiar, que ocorrerão quinzenalmente, a partir de aulas e oficinas multidisciplinares ministradas por acadêmicos ou profissionais especializados em Saúde da Mulher. Essa capacitação ocorrerá enfatizando as particularidades das mulheres que possuem Doença Renal Crônica. As aulas teóricas ocorrerão de maneira remota, pela plataforma Google Meet, e as oficinas ocorrerão no laboratório de habilidades da Faculdade de Medicina de Diamantina - FAMED/UFVJM, mediante solicitação prévia pela professora coordenadora. Ocorrerão aulas teóricas ministradas por discentes sobre métodos contraceptivos utilizando metodologias ativas de aprendizado como grupos de discussão, 01 oficina teórico-prática ministrada por um médico ou enfermeiro obstetra sobre a consulta de planejamento familiar e a utilização dos métodos existentes, e 01 aula teórica ministrada por profissional médico sobre as particularidades da contracepção em doentes renais crônicas. Em seguida, os estudantes farão reuniões semanais para planejamento de ações e da abordagem do público-alvo, com orientação da professora coordenadora do projeto. A intervenção se dará através de visitas semanais ao setor de hemodiálise da Santa Casa de Caridade de Diamantina, cuja autorização se encontra anexada ao final deste projeto, mediante carta de anuência (ANEXO I). Para essa etapa do projeto, os acadêmicos formarão duplas e será organizada uma escala com rodízio entre dias e horários de cada dupla. A abordagem durante essa intervenção se dará de forma a proporcionar uma conversa individual com cada paciente, de modo a evitar constrangimento das pacientes, com orientações voltadas para a conscientização sobre a importância do planejamento familiar e métodos contraceptivos, e caso seja de interesse, poderão agendar uma consulta de Planejamento Familiar no Ambulatório de Planejamento Reprodutivo da UFVJM, através do encaminhamento da paciente pela professora coordenadora do projeto. Após o atendimento com orientação realizada por profissionais capacitados no Ambulatório, a paciente será capaz de optar pela escolha ou não de método contraceptivo e, se assim o desejar, receberá a prescrição da medicação ou o encaminhamento para a realização de procedimentos de escolha. Semanalmente, os discentes participantes deverão apresentar relatórios das atividades realizadas e do planejamento das atividades a serem desenvolvidas. Os acadêmicos se reunirão quinzenalmente com a professora coordenadora para orientação e formação do estudante, e serão avaliados quanto à assiduidade, pontualidade, grau de interesse e participação durante as atividades. Ao final de cada reunião, haverá um feedback a fim de pontuar atitudes que devem ser mantidas e melhorias a serem realizadas.


Referências Bibliográficas

AGUIAR, L.K et al. Fatores associados à doença renal crônica segundo critérios laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol, 2020. Disponível em <https://www.scielo.br/j/rbepid/a/LsVwG3Rq3YRxLYRq6DCnY5Q/> . Acesso em 19 de Julho de 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 09p. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2022. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9263, de 12 de janeiro de 1996. Portal da Legislação, Brasília, janeiro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9263.htm>. Acesso em: 01 fev. 2022. GOUVEIA, I.F. et al. Desfechos maternos e fetais da gravidez na doença renal crônica: desafios diagnósticos, vigilância e tratamento em todo o espectro da doença renal. J Bras Nefrol. 43(1):88-102, 2021. Disponível em: <https://www.bjnephrology.org/article/desfechos-maternos-e-fetais-da-gravidez-na-doenca-renalcronica-desafios-diagnosticos-vigilancia-e-tratamento-em-todo-o-espectro-dadoenca-renal-2/#:~:text=A%20doen%C3%A7a%20renal%20cr%C3%B4nica%20(DRC,crescimento%20fetal%20e%20parto%20prematuro)>. Acesso em: 01 fev. 2022. HLADUNEWICH, M.; MELAMED, N.; BRAMHAM, K. Pregnancy across the spectrum of chronic kidney disease. Kidney International, v. 89, n. 5, p. 995-1007, 2016. MOURA, L.N.B, GOMES, K.R.O. Planejamento familiar: uso dos serviços de saúde por jovens com experiência de gravidez. Ciência & Saúde Coletiva, 2014. Disponível em <https://www.scielo.br/j/csc/a/zzXK6X3tyzv6xwBbZbsDLrD/>. Acesso em 19 de Julho de 2022. OLIVEIRA, E. S. Influência Do Tratamento Odontológico Na Qualidade De Vida E Autoestima De Pacientes Submetidos À Hemodiálise. 2020. Tese de doutorado (Doutorado em Odontologia) - UFVJM, Diamantina-MG, 2020. p. 20. PORTAL DA DIÁLISE. A Doença Renal na Gravidez. Portal da diálise, 2016. Disponível em: <https://www.portaldadialise.com/articles/a-doenca-renal-na-gravidez#:~:text=A%20percentagem%20de%20mulheres%20gr%C3%A1vidas,neonatal%20de%208%20a%2013%25.>. Acesso em: 02 fev. 2022. RIBEIRO, R.C.H.M et al. Caracterização e etiologia da insuficiência renal crônica em unidade de nefrologia no interior do estado de São Paulo. Acta Paul Enferm, São Paulo, 2008. Disponível em <https://www.scielo.br/j/ape/a/WJ9WvT4KzNYXj4XmvRnxnMs/> . Acesso em 19 de Julho de 2022. SANTA CASA DE CARIDADE DE DIAMANTINA. Hemodiálise. Disponível em: <https://sc.santacasadediamantina.com.br/?page_id=703>. Acesso em 07 de fev de 2022. SANTOS, Alfredo Balduíno et al. Extensão, currículo e formação acadêmica. Anais do Colóquio Luso-Brasileiro de Educação-COLBEDUCA, v. 2. 2017. Disponível em:https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/71030/1/Alfredo_Balduino_Santos.pdf . Acesso em 11 de janeiro de 2023. SANTOS, D.R.; MOURA, L.R.R. Dia Mundial do Rim de 2014. Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). 2014. Disponível em: <http://arquivos.sbn.org.br/pdf/texto_dmr_2014.pdf>. Acesso em 03 fev 2022. SESSO, R.C.C. et al. Censo Brasileiro de Diálise, 2009. Brazilian Journal of Nephrology [online]. 2010, v. 32, n. 4 [Acessado 2 Fevereiro 2022] , pp. 380-384. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-28002010000400007>. Epub 07 Jan 2011. ISSN 2175-8239. WEBSTER, P.; LIGHTSTONE, L.; MCKAY, D. Pregnancy in chronic kidney disease and kidney transplantation. Kidney International, v. 91, n. 5, p. 1047-1056, 2017.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

A proposta do projeto surge da percepção de aplicar regionalmente os conhecimentos adquiridos durante a graduação, em uma área em que enxerga-se a oportunidade de impactar positivamente a saúde da população. A interação da comunidade acadêmica com a sociedade será dialógica no sentido de que os discentes, supervisionados por professoras médicas, através da inserção na realidade da população, trarão seus conhecimentos para aplicação na sociedade como facilitadores no acesso à informação científica de qualidade e através de linguagem acessível, ao mesmo tempo em que realizarão intercâmbio de saberes com a população da comunidade em que estão inseridos, contribuindo para a promoção da saúde da população, formação continuada de estudantes e profissionais da saúde e aprimoramento das habilidades de todos os participantes do projeto.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

A saúde humana, tratando-se aqui mais especificamente da saúde da mulher, é multifacetada e depende dos aspectos físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Sendo assim, para promover saúde de qualidade para a população participante do projeto, a integração de conhecimentos, instituições e profissionais da saúde é um componente potencializador do cuidado em saúde. Sabendo-se disso, o contato dos estudantes com profissionais de diferentes setores da saúde, como os professores participantes e os trabalhadores das instituições parceiras, serão benéficos para a garantia do cuidado multiprofissional e do intercâmbio de conhecimentos no processo do cuidado em saúde. O discente poderá conhecer a realidade da assistência prestada à paciente, podendo ainda, de maneira educacional, atuar com outros profissionais estabelecendo um vínculo de aprendizado com esses. Esta interatividade e atuação do aluno é de fundamental importância para que ele entenda seu papel como agente transformador dentro da comunidade através da educação, além de poder intervir de forma prática para a melhoria das condições de saúde da população local a partir de conhecimentos teóricos e práticos obtidos no decorrer de sua formação acadêmica e da execução do projeto.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

A Extensão Universitária como processo acadêmico coloca o estudante como protagonista de sua formação, e as universidades públicas brasileiras como instituições criadas para atender às demandas do país e sua sociedade. Dessa forma, a relação do projeto com os dois outros componentes do tripé acadêmico, ensino e pesquisa, se traduz pela busca e aprendizagem de conhecimento teórico relacionado à área do projeto e sua aplicação prática, com vistas à promoção da saúde da comunidade, contribuindo para a solidificação dos conhecimentos adquiridos na universidade e exigindo estudo constante para que se ofereça o melhor cuidado em saúde possível para a população-alvo durante o exercício da extensão. Além disso, a execução da extensão é sempre oportunidade para produção e publicação acadêmicas, contribuindo para a literatura sobre o assunto.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Os discentes serão responsáveis pela estruturação e execução do projeto, tendo a oportunidade de desenvolver competências relacionadas ao desenvolvimento humano e profissional, as soft skills - organização, liderança, comunicação, trabalho em equipe, criatividade, proatividade, entre outras. Além disso, o projeto é uma oportunidade de retomar, aprofundar e solidificar o conhecimento acerca da saúde da mulher, incentivando a intervenção em saúde através da prevenção primária. O grupo realizará reuniões quinzenais para a organização das atividades que deverão ser desenvolvidas dentro dos prazos estabelecidos. Os alunos serão capacitados pelas coordenadoras e colaboradores (profissionais com experiência docente e também no atendimento de pacientes) para a realização das atividades propostas. Além disso, deverão apresentar relatórios mensais de todas as atividades realizadas e também do planejamento das atividades a serem desenvolvidas no próximo mês, além de participarem das reuniões com a equipe dos profissionais de saúde. Os acadêmicos que participarão do projeto serão avaliados quanto à assiduidade, pontualidade, grau de interesse e participação durante as atividades, pela professora coordenadora. Ao final, haverá um feedback a fim de pontuar atitudes que devem ser mantidas e melhorias a serem realizadas. O discente poderá conhecer a realidade da assistência prestada à paciente, podendo ainda, de maneira educacional, atuar com outros profissionais estabelecendo uma relação de aprendizado com estes. Esta interatividade e atuação do aluno é de fundamental importância para que ele entenda seu papel como agente transformador dentro da comunidade através da educação, além de poder intervir de forma prática para a melhoria das condições de saúde da população local a partir de conhecimentos teóricos e práticos obtidos no decorrer de sua formação acadêmica. Atrelado a isso, o projeto viabiliza a interação da comunidade acadêmica com a sociedade, uma vez que ao aplicar a carga teórica do componente curricular Planejamento Familiar, os discentes, supervisionados pelo profissional médico, irão atuar junto a questões do contexto sociocultural, o que proporciona o intercâmbio de conhecimentos e a inserção do estudante na realidade da população.


Impacto e Transformação Social

Ao promover saúde junto à população alvo, será possível propiciar trocas de experiências e saberes no que se trata do cuidado com a saúde, bem como trazer informação e conhecimento a respeito da saúde feminina, dentro da temática abordada, esclarecendo dúvidas e, assim, permitindo minimizar riscos à saúde dessa população, e até mesmo auxiliando na prevenção de patologias e agravos à saúde. É sabido que o aprendizado se consolida através da troca interpessoal, e nesse sentido, a atuação junto a essas mulheres tem o papel de fortalecer o conhecimento e fazer com que ele se torne parte do cotidiano dessas pessoas, podendo trazer melhor qualidade de vida e um maior autoconhecimento feminino, proporcionando maior autonomia para essas mulheres. Portanto, espera-se que o projeto atinja o público de maneira positiva, trazendo ferramentas para que possam ser protagonistas no seu cuidado em saúde.


Divulgação

A divulgação do trabalho ocorrerá através das mídias sociais, como o Instagram e grupos de WhatsApp, pelos voluntários do projeto e também pela instituição parceira, além de localmente, no setor de Hemodiálise da Santa Casa de Caridade de Diamantina.


Informações Complementares

A proposta deste projeto é promover o Planejamento Familiar às pacientes da diálise, uma vez que a morbimortalidade materna e perinatal em gestantes portadoras de DRC, que são classificadas como gestantes de alto risco, é elevada. O setor de hemodiálise da SCCD é referência regional e atende diversos pacientes que fazem parte de uma das regiões mais carentes do país - o Vale do Jequitinhonha. Dessa forma, o planejamento reprodutivo, orientado e acompanhado por equipe multidisciplinar capacitada, desempenha um papel indispensável na redução de gestações de alto risco e desfechos materno-fetais desfavoráveis nessa população, impactando positivamente nos indicadores de saúde; e contribuindo para os estudantes aprimorarem conhecimento de forma teórico-prática e conhecerem de perto a realidade de seus pacientes.


Público-alvo

Descrição

Toda a população feminina que realiza regularmente sessões de terapia renal substitutiva (TRS - hemodiálise ou outros tipos de diálise) na Santa Casa de Caridade de Diamantina/Minas Gerais (SCCD).

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

O projeto contará com a parceria do setor de Hemodiálise da Santa Casa de Caridade, no município de Diamantina. A autorização para realização do projeto será feita mediante carta de anuência assinada pela diretoria técnica da Santa Casa de Caridade de Diamantina (Anexo I). A SCCD é o hospital referência em TRS da macrorregião do Vale do Jequitinhonha, e participará permitindo que os integrantes do projeto frequentem o setor da Hemodiálise da SCCD e executem suas atividades no local.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 410 h

Carga Horária 60 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Descrição da Atividade: Realização de revisão literária de forma longitudinal, durante todo o período de projeto, a fim solidificar os conhecimentos e contribuir para a compreensão da temática estudada.

Carga Horária 50 h
Periodicidade Quinzenalmente
Período de realização
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Os discentes envolvidos no projeto receberão capacitação sobre Planejamento Familiar a partir de aulas e oficinas multidisciplinares ministradas por acadêmicos ou profissionais especializados em Saúde da Mulher.

Carga Horária 60 h
Periodicidade Quinzenalmente
Período de realização
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Os discentes se reunirão durante todo o período de projeto a fim de organizar e discutir a respeito das atividades já realizadas previamente e planejar atividades futuras.

Carga Horária 100 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Serão realizadas palestras em grupo e conversas individuais com as mulheres atualmente em TRS na SCCD, oferecendo orientações voltadas para a conscientização sobre a importância do planejamento familiar e métodos contraceptivos.

Carga Horária 40 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Posteriormente à intervenção, caso seja de interesse da paciente, poderá ser encaminhada pela professora coordenadora do projeto para uma consulta de Planejamento Familiar no Ambulatório de Planejamento Reprodutivo da UFVJM.

Carga Horária 60 h
Periodicidade Quinzenalmente
Período de realização
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Os acadêmicos se reunirão quinzenalmente com a professora coordenadora para orientação e formação do estudante, e serão avaliados quanto à assiduidade, pontualidade, grau de interesse e participação durante as atividades. Ao final de cada reunião, haverá um feedback a fim de pontuar atitudes que devem ser mantidas e melhorias a serem realizadas.

Carga Horária 40 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Durante o período de aplicação do projeto, serão feitos pelos discentes participantes relatórios das atividades desenvolvidas a fim de estimular o raciocínio crítico e a aprendizagem de forma teórico-prática.