Visitante
Educação em saúde: a importância do exame citopatológico do colo de útero abordada por meio de rodas de conversa
Sobre a Ação
202203000343
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
15/02/2023
16/08/2023
Dados do Coordenador
angellica pereira de almeida
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Saúde Humana
Municipal
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Sim
Membros
O câncer uterino afeta principalmente mulheres em idade fertil, de 25 a 64 anos. Sua detecção precoce é a forma mais eficaz para o tratamento, apresentando o Papanicolau como método mais eficaz. O foco do projeto são as rodas de conversa com o público feminino, a fim de informá-las acerca da importância do preventivo. Essa prática será feita no município de Diamantina/Minas Gerais e ocorrerá por meio de rodas de conversas mensais, em um período de quatro meses, com parceria do projeto Mexa-se
Câncer do Colo do Útero; Exame Papanicolau; Roda de conversa
O modelo biomédico de saúde se caracteriza pela abordagem patogênica das doenças, sendo essencialmente curativo e individual (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006). Assim, se baseia na busca do diagnóstico e da cura e não se direciona para as práticas de prevenção de doenças. Esse contexto evidencia a necessidade de implementação de um modelo de medicina mais humanizado, em que se tem a interação entre profissional de saúde, estudante e comunidade. O projeto de extensão visa implementar um modelo sistêmico de saúde, que reconhece que os fatores culturais, ambientais, políticos, socioeconômicos e os agentes patogênicos atuam de forma conjunta e determinam o processo de saúde doença (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006). O câncer de colo de útero é a terceira neoplasia mais incidente e a quarta causa de óbitos por câncer na população feminina (OLIVEIRA, et al., 2020). No Brasil, a taxa de mortalidade por câncer do colo do útero, ajustada pela população mundial, foi 4,60 óbitos/100 mil mulheres, em 2020 (INCA, 2020). Essa letalidade é explicada pelo fato de que, no estágio inicial, o câncer de colo uterino é geralmente assintomático, pois a doença evolui de forma lenta, desde fases pré-clínicas, detectáveis e curáveis, até a fase metastática, que ocorre em grande parte dos diagnósticos (SANTOS et al., 2019). Dessa forma, o exame de Papanicolau é considerado como a ferramenta mais eficaz, prática e acessível para o rastreamento precoce do câncer de colo de útero, sendo ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Através da realização do exame, é possível detectar lesões precursoras da neoplasia de colo uterino, além de algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), para que assim ocorra o correto encaminhamento e tratamento da paciente. A estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, endossada pela Assembleia Mundial da Saúde em 2020, pede que 70% das mulheres dentro da faixa preconizada em todo o mundo sejam examinadas regularmente para doenças cervicais com um teste de alto desempenho e que 90% delas precisam receber tratamento adequado (OPAS, 2021). Contudo, fatores sociais, econômicos e comportamentais fazem com que a adesão ao exame não seja plena, o que diminui os indicadores de sobrevida quando a doença é diagnosticada já em estágio avançado (SANTOS et al., 2019). Isso ocorre devido ao fato de que as mulheres encontram diversas barreiras para a realização do exame, como a vergonha por expor o seu corpo a um estranho, especialmente se este for um profissional do sexo masculino, o medo da dor e da descoberta de alguma patologia durante o procedimento, a falta de tempo por terem jornada dupla de trabalho, o preconceito do companheiro, e a escassez de informação acessível. Diante da magnitude da doença, que a caracteriza como problema grave de saúde pública, é importante a atuação na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, visto que, quando diagnosticado em tempo hábil, esse tipo de câncer possui altas chances de cura (OLIVEIRA et al., 2020). Em virtude disso, o aumento do índice de realização do preventivo é importante para a promoção e prevenção da saúde, a começar pela educação em saúde da população, promovida pela atuação dos profissionais da saúde no sentido de informar e elucidar sobre a relevância da realização do exame, além de ofertar maior acolhimento para a população feminina, incentivando o autocuidado e a postura de atenção das mulheres em relação à própria saúde. Para, a longo prazo, impactar de forma positiva em seus determinantes de saúde.
O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (exame de Papanicolau), que deve ser oferecido às mulheres ou qualquer pessoa com colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual (BRASIL, 2016). O exame citopatológico tem demonstrado ser uma estratégia efetiva, possibilitando até 100% de cura quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais (SANTOS, et al., 2019). Apesar das metas da OMS para a eliminação do CA cervical, estima-se que 81,3% das mulheres da faixa etária alvo realizaram o exame preventivo há menos de três anos da data da entrevista, porcentagem maior que o da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, que foi de 78,7%. As regiões Sul (84,8%) e Sudeste (84,1%) apresentaram percentuais acima da média nacional, enquanto as regiões Norte (79,0%), Centro-Oeste (78,8%) e Nordeste (76,4%) situaram-se abaixo dessa média (IBGE, 2021), fazendo com que muitas mulheres ainda não tenham acesso ao diagnóstico precoce e tenham suas chances de cura reduzidas. Este projeto prioriza a promoção e prevenção da saúde em seu nível primário, na cidade de Diamantina/Minas Gerais (MG). O objetivo do trabalho é estimular a busca pela realização do exame preventivo pela população alvo, a fim de aumentar o índice de rastreamento precoce do câncer do colo de útero e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e assim reduzir a morbimortalidade de suas portadoras. Nesse sentido, o trabalho apresenta grande relevância epidemiológica, uma vez que o câncer de colo uterino é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres de países em desenvolvimento, chegando a 85% dos óbitos, principalmente na faixa etária de 45 a 49 anos, que é a fase de maior risco (SANTOS et al., 2019). Tendo em vista que o exame cervicouterino é a maneira mais adequada atualmente para a detecção precoce do câncer de colo de útero, este projeto visa estimular uma maior cobertura de realização de tal procedimento entre as mulheres de 25 a 64 anos, conforme diretrizes do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016). Pretende-se alcançar isso por meio de rodas de conversa que criarão um espaço de interação, onde terão a oportunidade de se abrirem e tirarem dúvidas com os discentes participantes e entre si, de uma forma mais descontraída e sem medo do julgamento. A educação em saúde é a principal abordagem da prevenção primária com o objetivo principal de desmistificar o exame preventivo (SANTOS et al., 2019). Para isso, a equipe precisa aliar a competência técnica à sensibilidade no agir em saúde, por meio da escuta qualificada e relação dialógica, para reconhecer vulnerabilidades e produzir o cuidado (FERNANDES et al., 2019). Dessa forma, o presente trabalho pretende atuar através da educação em saúde, uma vez que as rodas de conversas objetivam informar a população feminina sobre como o papanicolau é realizado, os cuidados que se deve tomar antes da realização deste, a frequência, além de sua importância como objeto propulsor do diagnóstico precoce. É importante ressaltar os objetivos de um projeto de extensão conforme a primeira diretriz do Plano Nacional de Extensão, que estabelece como indissociável o ensino, a pesquisa e a extensão, reafirmando a “Extensão Universitária como processo acadêmico” que coloca o estudante como protagonista de sua formação e as universidades públicas brasileiras como “instituições criadas para atender às necessidades do país” (SANTOS, 2000/2001, p.2). A partir disso, o trabalho irá seguir a indissociabilidade do tripé acadêmico ensino, pesquisa e extensão, em que os discentes serão capazes de integrar os conhecimentos adquiridos ao longo da formação em um elo que irá conectar a universidade com a comunidade.
Objetivo Geral Orientar sobre a realização do exame citopatológico do colo de útero em mulheres de 25 a 64 anos que já iniciaram atividade sexual. Objetivos Específicos Promover a orientação através de rodas de conversa sobre a importância da realização do preventivo. Possibilitar um espaço de acolhimento às mulheres em que elas se sintam mais confortáveis. Incentivar a busca pela realização do exame preventivo pelas mulheres que possuem indicação. Capacitar os discentes participantes quanto ao tema a ser abordado nas atividades.
Meta de impacto direto Conscientizar a respeito da importância da execução do exame citopatológico como forma de prevenção de doenças. Metas de impacto indireto Promover a interação social em saúde entre a comunidade acadêmica e a população feminina dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Expandir os conhecimentos dos discentes adquiridos nas aulas teóricas, estimulando a aprendizagem por meio da correlação teórico-prática.
Em primeiro momento, todos os discentes participantes deverão passar por uma etapa de capacitação para consolidação do aprendizado, a fim de obter uma melhor compreensão do tema, tendo em vista que irão lidar com mulheres, muitas vezes, em situação de vulnerabilidade. Além disso, os estudantes terão que transmitir informações relevantes quanto ao exame Papanicolau e à sua importância de forma clara e objetiva para tal público, portanto, precisarão ser preparados por meio da realização de uma revisão bibliográfica e de aulas com docentes da área de Ginecologia da UFVJM. Para aplicação eficaz do projeto, serão necessárias reuniões antes da execução das rodas de conversa, com o intuito de organizar e estruturar as ações a serem realizadas. Essas reuniões poderão ser feitas através da plataforma online Google Meet, em que todos os participantes, desde os discentes aos docentes, deverão participar ativamente com objetivo de alinhar e acrescentar ideias que possam auxiliar na aplicabilidade do projeto. Após o planejamento concreto através das reuniões, a divulgação ocorrerá por intermédio das mídias sociais e de parceria com o Projeto Mexa-se (ANEXO I). Os discentes participantes deverão criar a arte e enviar ao Mexa-se para que, através do Instagram e grupos de Whatsapp, esse convite seja repassado à população feminina. Nesse sentido, serão feitas rodas de conversas com foco na conscientização e maior interação entre os profissionais e mulheres em período de menacme. As atividades serão aplicadas por meio de uma parceria com o projeto Mexa-se, e contará com a presença de aproximadamente 20 mulheres por roda de conversa, sendo que essas ocorrerão uma vez por mês durante um período de quatro meses. Os locais e datas onde irão ser realizadas as rodas serão decididos conjuntamente com a coordenação do projeto Mexa-se. Essas rodas de conversa terão como tema a saúde da mulher, voltado para a importância do exame citopatológico do colo de útero e todas as suas implicações na saúde e no bem estar feminino. Para enriquecimento da atividade, poderão ser levados os instrumentos necessários para a execução do procedimento, como espéculo, espátula e escova, com a finalidade de demonstrar o material e desmistificar o tabu quanto ao preventivo. Além disso, será um espaço destinado ao acolhimento e à retirada de dúvidas sem julgamento que as mulheres participantes podem apresentar, com o intuito de quebrar estigmas e barreiras relacionadas à realização do exame e à saúde sexual. Dessa forma, espera-se que, por meio deste projeto, uma maior atenção seja voltada para as questões e vulnerabilidades femininas, com constante avaliação das ações realizadas, que será feita através de um feedback do público-alvo ao final de cada roda. Sendo assim, pretende-se que por meio da execução das medidas que foram apresentadas, ocorra uma maior conscientização das mulheres quanto a importância da realização do exame preventivo. Dessa forma, espera-se que, por meio deste projeto, uma maior atenção seja voltada para as questões e vulnerabilidades femininas, com constante avaliação das ações realizadas, que será feita através de reuniões periódicas com a professora coordenadora do trabalho para o acompanhamento dos estudantes e execução do projeto. Além disso, é muito importante um feedback do público-alvo ao final de cada roda, para analisar se as ações estão sendo benéficas à população feminina. Sendo assim, pretende-se que por meio da execução das medidas que foram apresentadas, ocorra uma maior conscientização das mulheres quanto a importância da realização do exame preventivo.
ALMEIDA FILHO, N. de; ROUQUAYROL, M. Z. Modelos de saúde e doença. In:______. Introdução à epidemiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 32-72. Acesso em 05 de set. 2022. BITTENCOURT, Claudia. Dia Mundial da Saúde. UNASUS, 2015. Disponível em <https://www.unasus.gov.br/noticia/dia-mundial-da-saude#:~:text=%E2%80%9CA%20sa%C3%BAde%20%C3%A9%20um%20estado,Mundial%20da%20Sa%C3%BAde%20(OMS)>. Acesso em 05 de set. 2022. BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: INCA, 2016. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/diretrizes-brasileiras-para-o-rastreamento-do-cancer-do-colo-do-utero> . Acesso em 05 de set. 2022. FERNANDES, Noêmia Fernanda Santos et al. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. e00234618, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618> . Acesso em 23 de agosto. 2022. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: ciclos de vida: Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2021. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101846>. Acesso em: 05 set. 2021. INSTITUTO NACIONAL DE C NCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Atlas da mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/app/mortalidade. Acesso em 01 de set. 2022. OLIVEIRA, Bruna Soares et al. Fatores associados à não adesão ao exame citopatológico do colo uterino: Uma revisão integrativa. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 14, n. 17, 2020. Disponível em: <https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/1102> . Acesso em 22 de agosto. 2022. SANTOS, Alfredo Balduíno et al. Extensão, currículo e formação acadêmica. Anais do Colóquio Luso-Brasileiro de Educação-COLBEDUCA, v. 2. 2017. Disponível em: . Acesso em 29 de agosto. 2022. SANTOS, Temilde; SILVEIRA, Murilo; REZENDE, Hânstter. A importância do exame citopatológico na prevenção do câncer do colo uterino. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, v. 16, n. 29, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618> . Acesso em 23 de agosto. 2022. Novas recomendações de rastreio e tratamento para prevenir o câncer de colo de útero. OPAS, 2021. Disponível em <https://www.paho.org/pt/noticias/6-7-2021-novas-recomendacoes-rastreio-e-tratamento-para-prevenir-cancer-do-colo-do-utero> . Acesso em 01 de set. 2022.
Durante a formação acadêmica, a extensão universitária pode funcionar como veículo de fomento de interações dialógicas, que são fundamentais para o compartilhamento de saberes, de forma a consolidar uma relação do estudante com uma parcela da comunidade, o que possibilita a proposta em conjunto de soluções de problemas identificados. Nesse viés, tais interatividades estimulam o elo entre o ensino e a comunidade, visto que professores, alunos, técnicos administrativos e profissionais poderão coletivamente promover uma melhor qualidade de vida ao público feminino, uma vez que levarão informações e contribuirão para o autoconhecimento, além de propiciar esclarecimento acerca da saúde ginecológica; ao passo em que também receberão conhecimento sobre a população da comunidade em que estão inseridos através do contato com os participantes do projeto.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Dessa forma, entende-se que a saúde humana, com ênfase na saúde da mulher, é multifacetada e depende dos aspectos físicos, biológicos, psicológicos e sociais. Sendo assim, para fornecer a saúde de qualidade para a população feminina, o ideal seria integrar os conhecimentos, instituições e profissionais da saúde na sua manutenção e tratamento. A partir disso, será feita uma parceria com o projeto Mexa-se que, por ser muito conhecido na cidade de Diamantina/MG e envolve profissionais de diferentes setores da saúde, irá colaborar na garantia de um maior público para se realizar as rodas de conversas, e assim, com auxílio dos estudantes da UFVJM, informações em saúde serão repassadas à comunidade.
Conforme a primeira diretriz do Plano Nacional de Extensão, que estabelece como indissociável o ensino, a pesquisa e a extensão, é possível reafirmar a “Extensão Universitária como processo acadêmico”, a qual coloca o estudante como protagonista de sua formação e as universidades públicas brasileiras como “instituições criadas para atender às necessidades do país” (SANTOS, 2000/2001, p.2). Dessa forma, a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão será a base do presente projeto, em que os discentes serão capazes de assimilar os conhecimentos adquiridos ao longo da formação, aprofundar seus conhecimentos através de pesquisas para levar a melhor informação à população e colocá-los em prática de acordo com a necessidade da comunidade.
Esse projeto contribui diretamente na consolidação da formação dos futuros profissionais da área da saúde, tendo em vista que permite o estudo acerca do câncer de útero, das suas implicações e do exame Papanicolau, o qual representa um tema muito relevante na saúde da mulher. Além disso, possibilita a aplicação do conhecimento adquirido na teoria, o que faz com que o conhecimento seja aprimorado e aperfeiçoado de acordo com as necessidades e realidades da população feminina. Nesse sentido, essa atuação possibilitará uma assistência em saúde de forma mais equânime, de qualidade e eficiente, o que irá repercutir após a formação dos estudantes. Ademais, outro ponto de grande relevância para a formação dos discentes é o contato com a população, o qual promove o aperfeiçoamento da relação profissional-paciente. O contato mais próximo e menos formal proporcionará um conhecimento mais realista dessa população, identificando suas vulnerabilidades e possibilitando uma atuação baseada no modelo biopsicossocial, e não apenas no binômio saúde-doença. Assim será possível promover uma assistência integral à saúde, voltada para as questões femininas que muitas das vezes não recebem a atenção que deveriam.
Um dos principais objetivos do projeto é desenvolver atividades de educação em saúde para a população feminina. Ao promover essas atividades junto com um grupo de mulheres, será possível oportunizar uma maior interação social entre elas, propiciar trocas de experiências e saberes no que se trata do cuidado com a saúde, bem como trazer informação e conhecimento à respeito da saúde feminina, esclarecendo dúvidas e, assim, permitindo minimizar riscos à saúde dessa população, e até mesmo a prevenção de patologias. As rodas de conversa irão gerar compreensão e valorizar o conhecimento popular, proporcionando maiores benefícios às mulheres. É visto que o aprendizado se consolida através da troca dialógica, e nesse sentido, tais rodas de conversas têm o papel de fortalecer o conhecimento e fazer com que ele torne parte do cotidiano dessas pessoas, podendo trazer melhor qualidade de vida e um maior autoconhecimento feminino, proporcionando maior autonomia a essas mulheres.
A divulgação do trabalho ocorrerá através das mídias sociais, como o Instagram e grupos de WhatsApp, pelos voluntários do projeto e também em uma parceria com o projeto Mexa-se.
Público-alvo
O público alvo serão as mulheres da cidade de Diamantina, entre 25 a 64 anos com vida sexual ativa. Objetivando cerca de 20 mulheres em cada roda de conversa, abrangendo um total de 80 mulheres.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
O projeto contará com a parceria do projeto Mexa-se, um grupo da Prefeitura Municipal de Diamantina, que auxiliará com a colaboração e a orientação de espaços e locais que sejam adequados para a realização das rodas de conversa, com a disponibilidade do público feminino, além da divulgação das atividades.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 180 h
- Tarde;
Os discentes participantes deverão ser capacitados por meio da realização de uma revisão bibliográfica e de aulas com docentes da área de Ginecologia da UFVJM. Além disso, os alunos irão realizar o planejamento das rodas e discutir a melhor forma de conduzi-las a partir do estudo teórico.
- Manhã;
As rodas de conversa serão divulgadas através do Instagram e grupos de WhatsApp do projeto Mexa-se.
- Tarde;
As rodas de conversas serão realizadas 1 vez ao mês, em um local escolhido pelo projeto Mexa-se, com o intuito de conscientizar as mulheres sobre a importância da realização do exame preventivo.